Autores: Daniel Furletti e Ieda Vasconcelos *
O Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil cresceu 0,5% no 1º trimestre de 2017 em relação aos últimos três meses do ano passado, de acordo com os dados das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, apesar de muito modesto e aquém das necessidades mais imediatas de um País em desenvolvimento, como o Brasil, interrompeu uma sequência de quatro trimestres negativos no setor. A queda de 5,5% acumulada nos últimos quatro trimestres encerrados em março/17 e a redução de 6,3% no período de janeiro a março/17 em relação a igual período do ano anterior demonstram que as dificuldades do setor continuam e que ainda existem sérios desafios a serem superados para a consolidação do seu crescimento.
A economia nacional, alavancada especialmente pelo excelente desempenho da Agropecuária, com a sua safra recorde de grãos, também voltou a registrar números positivos. Nos primeiros três meses de 2017, em relação ao 4º trimestre do ano anterior, observa-se incremento de 1% no PIB Brasil. Agropecuária e Indústria apresentaram números positivos: 13,4% e 0,9%, respectivamente, enquanto o setor de Serviços registrou estabilidade em suas atividades.
Considerando o cenário conjuntural dos últimos dois anos, sem dúvidas os números dos primeiros meses de 2017 mostraram certo alívio na economia. A taxa de juros atualmente em 10,25% (o menor patamar desde o início de 2014), a inflação, medida pelo IPCA/IBGE, que acumulou 4,08% nos últimos 12 meses encerrados em abril e os melhores resultados dos indicadores de confiança são alguns dos dados que marcaram o início do ano e sinalizaram um caminho com alívio na economia.
Entretanto, ainda há preocupação no cenário nacional. Os investimentos, considerados o motor de desenvolvimento que o País necessita, continuaram em retração e apresentaram queda de 1,6% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao último trimestre do ano anterior. A taxa de investimento foi de 15,6% do PIB no período de janeiro a março/17, o menor patamar da série histórica iniciada em 1996 e resultado muito aquém das economias emergentes. Sem investimentos o País não conseguirá consolidar as bases para o seu crescimento sustentado.
Neste contexto, o conturbado ambiente político fortalece as incertezas, compromete a confiança dos agentes econômicos, causa instabilidade, amplia as fragilidades existentes e pode interromper o aguardado crescimento para este ano.
O fortalecimento da economia precisa urgentemente da aprovação das reformas Trabalhista e Previdenciária. Certamente essas aprovações serão capazes de melhorar as expectativas para o País e manterão acesas as chamas da esperança de continuidade do crescimento.
Imagem: Reprodução