A Pesquisa Anual da Construção (Paic) referente ao ano de 2006, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que Minas Gerais está em terceiro lugar entre os estados na participação no setor que mais cresce no país. De acordo com especialistas e representantes da área, o Estado certamente vai superar o Rio de Janeiro nos próximos estudos, uma vez que em 2006 já chega próximo aos cariocas em todos os índices, e chegará à segunda posição. Desde o aumento na participação do setor público nas obras, passando pela ampliação do volume de pessoal ocupado, até a quantidade de intervenções executadas com a atuação competitiva entre pequenas e grandes empresas nos empreendimentos, o setor da construção civil mostrou níveis expressivos de maturação nos estudos há dois anos. O número de empresas analisadas no Estado passou de 3,174 mil em 2005 para 3,428 mil em 2006, consolidando o segundo Estado do país em construtoras. O pessoal ocupado passou de 173,887 mil para 195,107 mil no período, incremento de 12%. O valor das obras e serviços de construção aumentaram 75% de 2005 para 2006, saindo de cerca de R$ 10 milhões para R$ 18 milhões. Outro destaque na pesquisa foi o aumento da participação do setor público no total da receita operacional da indústria da construção de 40% em 2005 para 42% em 2006. ALISSON J. SILVA Legislação – Para o economista-chefe do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, a pesquisa é a primeira amostra dos reflexos das alterações de leis que regem o setor a partir de 2004, das quedas nas taxas de juros, das reduções de impostos para a área de materiais de construção e principalmente do grande volume de crédito habitacional disponibilizado no mercado. “As questões regulatórias trouxeram mais segurança e a abundância de crédito no mercado, que somadas ao aumento da renda do trabalhador, solidificaram a cadeia produtiva da construção civil”, disse Furletti. A tendência, de acordo com ele, é de crescimento nos próximos resultados do Paic, que poderão colocar o Estado atrás somente de São Paulo, com índices que chegam a ser três vezes mais altos do que os de Minas. De acordo com o diretor-geral do Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais (Deop), ligado à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), João Fleury, Minas possui um planejamento de aportes em infra-estrutura até 2011, o que deverá manter ou ampliar a participação no setor na indústria da construção. Em 2007 foram concluídas 144 obras, com investimentos de cerca de R$ 400 milhões contra R$ 290 milhões em 2006. A previsão para este ano é de R$ 600 milhões, de acordo com dados do Deop. “Na meta prevista de investir R$ 9 bilhões em 2008, cerca de R$ 2,5 bilhões ficarão nas mãos da Setop e do Deop”, afirmou Fleury. Segundo a pesquisa do IBGE, com receita operacional de R$ 105,6 bilhões, as empresas de construção realizaram obras e serviços no valor de R$ 110,7 bilhões em 2006, sendo que R$ 47,1 bilhões foram intervenções e construções para o setor público. Em termos gerais, o valor de todas as obras realizadas cresceu 7% sobre 2005. MARX FERNANDES