Setor acompanha retomada da indústria e cresce acima da média. Influenciado pelo desempenho da Fiat Automóveis S.A (Fiasa) e pela expansão dos fornecedores da montadora, o mercado imobiliário de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), acompanha o aquecimento da indústria e cresce acima da média mineira. A valorização dos terrenos do município nos últimos 12 meses é de 50% e dos imóveis varia entre 20% e 30%, aproximadamente 10% acima da média. O cálculo é do diretor do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Júnior. Segundo ele, o mercado em Betim tem ritmo de crescimento mais forte do que a média mineira, seja pela elevada arrecadação municipal ou pela ampliação da demanda por moradia, em função do aquecimento do pólo automotivo, puxado pela elevação da produção da Fiat. “A demanda comercial e residencial faz com que haja valorização de terrenos e de imóveis”, avaliou. De acordo com os últimos dados da prefeitura de Betim, a arrecadação do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que traduz o aquecimento do mercado imobiliário, chegou a R$ 977 mil, uma ampliação de cerca de 16% nos primeiros quatro meses de 2008 na comparação com o mesmo intervalo de 2007. O diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Bráulio Franco Garcia, informou que os impactos positivos sobre o mercado imobiliário é natural e acompanha a demanda geradas pelas empresas instaladas em Betim. Mão-de-obra – “A elevação da produção gera necessidade de mais mão-de-obra e acaba elevando a renda da população e atraindo profissionais de outras cidades. Assim, a demanda por moradias cresce”, explicou. Líder no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, com 25,1% de participação, a Fiat vem batendo sucessivos recordes de fabricação e vendas, pressionando também o cinturão de fornecedores que se instalou no entorno da fábrica. A produção da montadora nos primeiros seis meses do ano foi de 402,238 mil veículos, 20% supeior ao produzido no primeiro semestre de 2007. O reflexo do aquecimento da atividade industrial em Betim também é percebido na arrecadação, que este ano deve chegar a R$ 850 milhões, 15% superior à registrada no ano passado. Segundo informações da Prefeitura de Betim, cerca de 70% da arrecadação está relacionada aos negócios da Fiat e da Refinaria Gabriel Passos (Regap), que são duas das maiores indústrias do Estado. O município abriga aproximadamente 7 mil empresas. ALINE LUZ IPTU impulsionou arrecadação de BH no primeiro semestre A arrecadação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) cresceu 20% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2008, o cofre da Capital somou R$ 2,047 bilhões, ante os R$ 1,705 bilhão registrado em igual período de 2007. O tributo que mais contribuiu para atingir o patamar recorde do início do ano até junho foi o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). No primeiro semestre do ano, a receita do IPTU rendeu à PBH R$ 294,5 milhões. Este valor é 9,8% maior do que os R$ 268,2 milhões contabilizados no mesmo intervalo do ano passado. Apenas em junho deste ano o IPTU rendeu R$ 17,3 milhões para a PBH, o que representou uma alta de 4,2% ante os R$ 16,650 milhões registrados em igual mês do ano passado. O tributo que mais cresceu no primeiro semestre deste ano foi o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que registrou alta de 34,3% ante igual período do ano passado. Nos seis primeiros meses desse ano, o ITBI – resultado do aquecimento do setor da construção civil em Belo Horizonte – somou cerca de R$ 64,5 milhões. Em igual intervalo de 2007, as receitas geradas com o tributo haviam chegado a pouco mais de R$ 48 milhões. ITBI – No mês passado, a arrecadação com o ITBI representou alta de cerca de 48%, aumentando dos R$ 8,281 milhões, registrados em junho de 2007, para R$ 12,293 milhões, contabilizados em junho de 2008. A arrecadação com o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) também cresceu forte nos primeiros seis meses deste ano. Com alta de aproximadamente 24%, o tributo somou de janeiro a junho de 2008 o montante de cerca de R$ 241,9 milhões. Nos mesmos seis meses de 2007, o tributo não havia ultrapassado o patamar de R$ 194,3 milhões. No mês passado, a receita com o ISSQN somou R$ 42,107 milhões. Este volume é 20% maior do que os R$ 35,079 milhões registrados em junho de 2007. BRUNO MARQUES