* Jorge Luiz Oliveira de Almeida Belo Horizonte está vivendo um momento bastante interessante com a transferência do Centro Administrativo do Governo Estadual, hoje sediado no complexo arquitetônico da Praça da Liberdade, para a região do antigo Jockey Serra Verde. A nova estrutura, que abrigará 18 secretarias e 33 órgãos da administração direta e indireta estadual, certamente transformará a dinâmica da nossa capital e a vida de muitos cidadãos, uma vez que estudos apontam que aproximadamente 26 mil pessoas transitarão pelo local diariamente. Nós, do setor da construção civil, acreditamos que a proposta do governo é uma oportunidade singular para Belo Horizonte, principalmente porque sua expansão já alcançou praticamente todas as fronteiras. E a Região Norte, onde está sendo erguida a nova sede do governo, é uma das áreas que ainda tem como ser explorada. Num passado recente, ela recebeu algumas obras que tornaram-se referência, especialmente nas proximidades do antigo Curtume Santa Helena, onde hoje estão o Minas Shopping, o Minas Casa Shopping e o Hotel Ouro Minas. A partir dessas construções, o mercado imobiliário ensaiou um crescimento com novos prédios, mas a expansão por ali não foi tão vigorosa como hoje ocorre com a Zona Sul em direção à Nova Lima. Agora, com a nova sede administrativa, prevista para ficar pronta em 2010, acreditamos que essa situação vá se modificar. Afinal, um volume tão grande de recursos sendo aplicados e a vontade política de fazer as coisas acontecerem devem estimular empreendedores a voltarem seus olhos e aplicações para a região, bem como devem incentivar a população a ocupar aquele espaço urbano. Em relação a isso uma boa notícia foi divulgada há exatos 20 dias pelo governador, quando liberou um aporte adicional de R$ 72 milhões para intervenções viárias que beneficiarão a Linha Verde e o entorno e o acesso ao Centro Administrativo. De acordo com o anunciado, serão investidos R$ 40 milhões em dois túneis de 140 metros de extensão e 20,5 metros de largura a serem construídos na MG 010, para facilitar o acesso à sede do governo; R$ 12 milhões no recapeamento da avenida Christiano Machado e R$ 20 milhões na melhoria daquele entorno com obras de saneamento, urbanização, lazer, preservação do meio ambiente e outras a serem definidas em parceria com as comunidades locais. Na mesma ocasião, o governador comunicou que está em entendimento com a Casa Civil e com o presidente Lula para iniciar uma parceria público-privada para o avanço do metrô em uma linha que iria do Vilarinho até o Centro Administrativo, para facilitar e melhorar a mobilidade até a região. E para facilitar o deslocamento dos servidores para o novo local de trabalho, o governo está estudando a possibilidade de se implementar ônibus expressos saindo dos bairros onde atualmente a maioria deles vive – para isso, a secretaria estadual de Planejamento e Gestão estaria realizando um levantamento. Até mesmo a construção de residências para os funcionários públicos é uma possibilidade, segundo a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Na nossa opinião, devemos enxergar essa grande obra com uma visão de desenvolvimento regional, pois a partir do momento que investimentos em infra-estrutura são aplicados no local, inicia-se a atração de novos empreendimentos comerciais e residenciais. E mais, o crescimento organizado da região – que é o que se pretende – deverá irradiar riqueza também para municípios da Grande BH, como Vespasiano, Santa Luzia, São José da Lapa, Confins, Ribeirão das Neves e outras. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente Área de Comunicação Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).