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Utilização da poupança para habitação avança 86% no ano

No primeiro semestre, foram feitos empréstimos de R$ 12,931 bi. Os financiamentos habitacionais com recursos da poupança cresceram 86% até junho, ante igual período de 2007. No período, segundo dados divulgados ontem pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), foram fechados 128,439 mil contratos, no montante de R$ 12,931 bilhões. Minas Gerais responde por cerca de 10% das linhas. A expectativa do presidente da SBPE, Luiz Antonio França, é que durante este ano seja batido o recorde de 1981, quando a poupança garantiu o acesso a 266 mil imóveis. Poupança: R$ 12,9 bi para imóveis Financiamentos conceditos através do SBPE foram 86% superiores ao total do 1º semestre de 2007 Os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para operações de crédito imobiliário somaram R$ 12,931 bilhões no primeiro semestre do ano, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). De acordo com o presidente da entidade, Luiz Antônio França, o montante foi cerca de 86% superior ao apresentado no mesmo intervalo do ano passado. Estima-se que Minas Gerais represente cerca de 10% do valor total de desembolsos, ou aproximadamente R$ 1,3 bilhão. “Minas é um Estado importante, tanto no mercado primário de desembolsos quanto no secundário”, afirmou França. Foram 128,439 mil unidades financiadas no país, de acordo com o levantamento. “A expectativa é que a demanda do segundo semestre supere a primeira parte do ano e que o volume de recursos do SBPE bata um novo recorde. O último foi em 1981, quando foram financiados 266 mil imóveis”, ressaltou França. Historicamente, os seis primeiros meses do ano correspondem a 40% dos desembolsos e a segunda metade do exercício, aos 60% restantes. Somente em junho os recursos da poupança somaram R$ 3,2 bilhões para a casa própria, o que corresponde à produção de todo o ano passado, segundo dados da Abecip. Em 2007 foram financiadas 197 mil habitações a partir do SBPE. O aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior chegou a 130,3%. O número de unidades financiadas no mês passado foi de 32,555 mil. “O ritmo de contratações de crédito imobiliário no primeiro semestre foi mantido, indicando que foram superadas as expectativas de alguma acomodação após três anos de incremento rápido. Do patamar de 60% de crescimento em 2005, o mercado passou para 90% em 2006 e 2007”, avaliou França. Nos últimos 12 meses, o valor total chegou a R$ 24,286 bilhões, superando em 100,3% os 12 meses anteriores. No período foram financiadas 243,884 mil unidades. Captação – A captação líquida de recursos atingiu R$ 2,6 bilhões no primeiro semestre, período em que o saldo total de depósitos de poupança, incluindo remuneração (TR mais juros de 0,5% ao mês), alcançou R$ 196,4 bilhões. No mês passado, a captação líquida de R$ 1,335 bilhão foi a mais elevada do ano, propiciando uma variação positiva no saldo mensal de R$ 2,436 bilhões. De acordo com a projeção da Abecip, o valor de junho superou a média mensal prevista para este ano, de cerca de R$ 2,2 bilhões. A expectativa é que o SBPE seja responsável por cerca de R$ 25 bilhões em crédito imobiliário em 2008. O resultado seria seqüência do ótimo desempenho do setor imobiliário, que a despeito das altas da Selic, que chegou a 13% ao ano, continua com juros baixos que possibilitaram aos bancos flexibilizar prazos e volume de recursos. A expansão de crédito imobiliário no país tem ganhando cada vez mais dinamismo com base na queda das taxas de juros do setor, no grande número de instituições financeiras competindo no mercado de financiamentos para a casa própria e no aumento da renda do trabalhador. Os efeitos dos volumes de crédito para habitação disponibilizados se espalham sobre toda a atividade econômica, sobretudo na cadeia da indústria da construção. Especialistas do setor imobiliário afirmam que a tendência do mercado é de expansão nos financiamentos para a casa própria, com crescimento no ritmo de 20% ao ano até 2010. A previsão da Abecip para o país no período é de que o montante chegue a R$ 30 bilhões. MARX FERNANDES Caixa ampliou em 80% empréstimos à classe média A Caixa Econômica Federal (Caixa) desembolsou R$ 1,288 bilhão em financiamentos habitacionais em Minas Gerais de janeiro a julho deste ano, crescimento de 43% sobre os R$ 900 milhões do mesmo intervalo do ano passado. De acordo com o superintendente interino da instituição financeira estatal no Estado, Marivaldo Araújo Ribeiro, a procura da classe média pelos recursos do banco foram destaque novamente. A estimativa é que o público com renda mais elevada tenha ampliado em quase 80% a busca por crédito para a casa própria. A elevação dos desembolsos a partir do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é considerada um termômetro do mercado para a procura da classe média pelos financiamentos habitacionais. Até julho, os recursos da poupança foram responsáveis por R$ 535 milhões, enquanto o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) respondeu por R$ 747 milhões. Em igual intervalo de 2007, os volumes foram de cerca de R$ 300 milhões e R$ 520 milhões, respectivamente. Para Ribeiro, a tendência é que o crescimento dos desembolsos para a classe média se estabilize em torno de 25% ao ano. A Caixa representa 73% do total de financiamentos habitacionais a partir do SBPE no país, ou cerca de R$ 9,4 bilhões dos R$ 12,9 bilhões divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) para o semestre. Pro-Quotista – Outro destaque no acumulado do ano foi a liberação de recursos a partir do programa Pro-Quotista, que não foi contemplado para ser um plano habitacional permanente. Do total de R$ 1 bilhão que o Conselho Curador do FGTS havia concedido ao país, cerca de R$ 780 milhões ficaram com a Caixa e já estariam esgotados, conforme Ribeiro. “Os valores disponibilizados pelo SBPE atendem bem a demanda mesmo com os outros recursos esgotados, além de haver uma movimentação para tentar conseguir mais dinheiro para financiamentos habitacionais a partir do FGTS”, explicou. O Pro-Quotista representou apenas 7,8% do total disponível para a classe média e sua extinção em nada afetaria o mercado. De acordo com Ribeiro, a média de desembolsos mensais neste ano para a casa própria em recursos do SBPE seria de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões, somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A partir de junho, as contratações chegaram ao pico de R$ 15 milhões, marcando o início do aquecimento esperado para o segundo semestre. Os desembolsos de crédito a partir de recursos do SBPE a cada mês se aproximam mais dos valores disponibilizados pelo FGTS, movimento que configura a entrada mais expressiva da classe média nos contratos de financiamentos habitacionais, em imóveis a partir de R$ 130 mil. (MF) Construção: preço sobe menos em Minas O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em Minas Gerais apresentou variação de 0,30% em julho deste ano, resultado 0,30 ponto percentual menor que o verificado em junho (0,60%). Já na comparação com o mesmo mês de 2007, o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF) revelou alta de 0,20 ponto percentual, já que em julho do exercício passado a variação foi de 0,10%. O resultado do Estado, nessa base de comparação, foi inferior à média dos estados da região Sudeste (0,79%), além do nacional (1,03%). O mesmo aconteceu com o acumulado do ano até julho, quando o índice mineiro ficou em 3% contra 6,62% de variação da região e 6,36% de alta no território nacional. Para o economista e coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, o recuo de julho frente ao mês anterior é positivo, já que mostra desaceleração do índice. “Entretanto, isto não quer dizer que os custos estejam domados. Neste mês, o resultado no Estado foi influenciado pela mão-de-obra, que não apresentou alta, já que a data-base da categoria é em novembro. Logo, a redução só pode ser fruto da queda no preço dos materiais de construção”, disse. Foram justamente os reajustes salariais que fizeram com que o índice na região Norte (2,10%) apresentasse a taxa mais elevada no país em julho, influenciado pelo Estado do Amazonas (5,24%). Furletti ressaltou que aumento no custo não significa necessariamente elevação dos preços. “Vários fatores interferem na composição do preço, que é regulado pelo mercado. Vale destacar que custos e preços não são a mesma coisa”, frisou. O custo médio por metro quadrado em julho no Estado foi de R$ 607,64, contra R$ 684,45 do Sudeste e R$ 644,23 da média nacional. No mês anterior, o valor em Minas era de R$ 605,84, contra R$ 679,07 da região e R$ 637,69 do país. Em julho de 2007, o custo foi de R$ 557,87 pelo metro quadrado no território mineiro. Na região Sudeste, o valor foi mais elevado, chegando a R$ 626,88, superior à média nacional (R$ 591,45). O índice no Estado no acumulado dos últimos 12 meses (8,92%) apresentou o mesmo percentual do nacional (8,92%). No ano passado, em igual intervalo, as altas foram, respectivamente, de 5,16% e 5,18%. JULIANA GONTIJO Materiais devem aumentar pouco no segundo semestre O presidente da Associação do Comércio de Material de Construção de Minas Gerais (Acomaq-MG), Ricardo Caus, disse acreditar que para o segundo semestre os aumentos nos preços dos materiais de construção devem ser menores ante os verificados no primeiro semestre deste ano. “Hoje, há uma ampla gama de fornecedores e a concorrência dificulta os repasses”, disse. De acordo com ele, o aumento dos preços dos materiais de construção variaram muito de acordo com o tipo de produto no primeiro semestre. “Aconteceram altas isoladas, mas acredito que a média foi de 7%”, observou. Caus disse que o crescimento nas vendas do setor no Estado no acumulado dos seis primeiros meses do ano foi da ordem de 10%, mesmo percentual estimado para o resultado do segundo semestre. “Devemos continuar apresentando bons resultados, porém, o ritmo deve ser menor do que a estimativa anterior, que era de 15%, em razão da elevação dos juros e da inflação”, previu. Segundo o diretor da Continental Material de Construção, Eduardo Filizola, os preços dos materiais de construção se mantiveram estáveis em julho frente ao mês anterior. “Hoje, tanto para a indústria como para o varejo está mais complicado fazer os repasses”, disse. De acordo com ele, no primeiro semestre os produtos apresentaram aumento médio de 10% frente ao mesmo intervalo do ano anterior, o que não impediu aumento de 12% na comercialização da empresa. Na Lar & Construção (L&C), o resultado do acumulado do ano até junho foi 5% superior ao mesmo período de 2007, segundo o diretor comercial da empresa, Paulo Henrique da Silva. Para o segundo semestre, a expectativa, de acordo com ele, é de expansão dos negócios, apesar dos aumentos dos índices de inflação e da taxa de juros, em razão das facilidades oferecidas pelo financiamento, que responde por aproximadamente 60% dos negócios. Enquanto a L&C e a Continental apresentaram incremento nas vendas no semestre, o mesmo não aconteceu com a Casa Moderna Materiais de Construção, segundo o proprietário da empresa, José Divino Gonçalves. Ele atribuiu o recuo de 5% no resultado ao endividamento do consumidor. Já para o segundo semestre, a perspectiva é de crescimento frente aos primeiros seis meses deste ano. Porém, na comparação com os seis primeiros meses de 2007, a expectativa é de recuo entre 1,5% e 4%. “Vale ressaltar que a base de comparação é alta, pois 2007 foi um ótimo ano”, disse. (JG)