O mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima encerrou 2018 com dois destaques para o setor: se por um lado, as vendas de imóveis novos registraram 3.440 unidades, número 42,15% maior que as 2.420 unidades vendidas em 2017, em contrapartida, o estoque de unidades disponíveis para vendas caiu. Em dezembro, as cidades registravam 3.628 apartamentos novos disponíveis para comercialização, número 21,78% menor se comparado a dezembro de 2017 com 4.638 unidades. É o menor patamar da série histórica do Censo Imobiliário realizado pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain) para o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Os números demonstram que nos últimos três anos, o mercado imobiliário da capital mineira e de Nova Lima vendeu mais do que lançou fazendo com que a oferta disponível de imóveis novos venha diminuindo ano a ano.
O Censo Imobiliário também evidencia que as unidades em estoque estão concentradas em quatro regiões de Belo Horizonte: 66,92% estão nas regiões da Pampulha, Centro Sul, Oeste e Venda Nova da capital. A Pampulha se destaca com 793 unidades, 21,9% do total disponível para comercialização.
Os apartamentos que correspondem à categoria padrão econômico, com valores de até R$215 mil reais, lideraram três categorias do Censo: número disponível em estoque para comercialização, maior número de vendas e maior número de lançamentos.
Em dezembro, do total de 3.628 unidades disponíveis, 1.071 (29,5%) eram do padrão econômico. Em segundo lugar, apareciam os apartamentos com padrão médio, valores entre R$ 400.001 até R$ 700.000, que somavam 979 unidades (27,0% do total).
No quesito vendas, os apartamentos de padrão econômico registraram 1.233 unidades, o que correspondeu a 35,8% do total residencial comercializado no período. Os apartamentos de padrão médio também ficaram em segundo lugar em vendas, com 778 unidades, 22,6% do total.
O estudo demonstrou que das 2.430 unidades lançadas, 1.192, 49,1% do total, eram do padrão econômico. E 432 unidades eram do padrão médio, com 17,8% do total.
As regiões da Pampulha, Centro Sul e Oeste foram as que apresentaram o maior volume de vendas. 25,8%, ou seja, 886 unidades foram vendidas somente na Pampulha.
Mais da metade dos 2.430 imóveis lançados em 2018 estavam concentrados em duas regiões: da Pampulha, que registrou 700 unidades, e na Centro Sul, com 549 imóveis.
Segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Michel, os dados demonstram a necessidade de investimento em novos empreendimentos. “Em Belo Horizonte as vendas estão, sistematicamente, superando o volume de lançamentos, o que tem reduzido o estoque. Se não houver mais incremento no lançamento, pode vir a faltar imóveis novos na capital mineira! Receio que os dirigentes do setor têm, caso o novo Plano Diretor seja aprovado como está. A implementação, por exemplo, da chamada Outorga Onerosa, trará mais custos à construção, dificultando novos investimentos, e por consequência, a geração de novos empregos. Desta forma, é importante frisar, novamente, que pode vir a faltar imóveis em BH, dado que o estoque é muito baixo e ficará muito mais difícil construir na cidade”, afirma.
Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – Em 2018 foram vendidas 7.523 unidades residenciais nas cidades de Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Contagem e Santa Luzia.
Betim, Contagem e Santa Luzia são responsáveis por 54,27% das vendas de apartamentos novos, o que correspondeu a 4.083 unidades em 2018.
Considerando as cidades de Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Contagem e Santa Luzia, os lançamentos totalizaram 7.093 unidades, sendo que o município de Belo Horizonte foi responsável por apenas 31,64 % deste número, ou seja, 2.244 unidades.
A cidade de Contagem foi responsável pelo lançamento de 2.217 unidades e Santa Luzia por 1.338 unidades.