Consumo interno teve aumento de 2,1% em outubro. Mesmo com a crise internacional, que adiou lançamentos e provocou a revisão das previsões de crescimento da construção civil nos próximos meses, a indústria cimenteira não reduziu, até outubro, o ritmo de venda no mercado interno, garantida por contratos preestabelecidos. Neste ano, o setor espera superar em 13% os resultados de 2007, com 52 milhões de toneladas vendidas. Apenas no mês passado foram 4,8 milhões de toneladas comercializadas, 2,1% acima de setembro, quando o volume chegou a 4,7 milhões. Para o diretor da Área de Materiais e Tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Cantídio Alvin Drumond, a crise atingirá as cimenteiras a partir do segundo semestre de 2009. De acordo com Drumond, os contratos que garantem as vendas são referentes às obras de empreendimentos já vendidos, que serão finalizados até o fim do primeiro semestre de 2009. “A partir de julho, as cimenteiras sentirão retração na demanda, com recuo no número de lançamentos, devido à falta de crédito e ao receio das empresas”, afirmou. Minas Gerais concentra cinco dos dez grandes grupos cimenteiros que atuam no país, com 12 plantas entre as 32 espalhadas pela região Sudeste, responsáveis pela produção de metade do cimento brasileiro. Até outubro, estima-se que pelo menos 10 milhões de toneladas do insumo tenham sido produzidas no Estado. Até o momento, os grupos que atuam em Minas não revisaram os investimentos previstos para expansão de unidades, construção de plantas e reativação de equipamentos que estavam parados. Os aportes anunciados somam cerca de R$ 3 bilhões. Dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) mostram que, de janeiro a outubro, as cimenteiras venderam 15,7% a mais, em relação ao mesmo intervalo de 2007, acumulando 42,9 milhões de toneladas no mercado interno. O volume é apenas 4 milhões de toneladas menor do que todo o cimento vendido em 2007, que chegou a 46 milhões de toneladas. No décimo mês do ano, as vendas por dia útil caíram 1,4% sobre setembro e cresceram 7,2% em relação a outubro de 2007. No acumulado dos últimos 12 meses (novembro de 2007 a outubro de 2008), as vendas do produto no mercado interno chegaram a 50,5 milhões de toneladas, com crescimento de 15,3% ante igual intervalo d 2007. Segundo o secretário Executivo do Snic, José Otávio de Carvalho, o setor se caracteriza por ser o último setor a sentir impactos e a se recuperar das crises. “Durante o restante de 2008 e os primeiros meses de 2009, provavelmente não sentiremos reflexos diretos. Porém, em meados do ano que vem a velocidade do consumo pode ser mais contida”, ressaltou. MARX FERNANDES