Apesar do crescimento ainda modesto da economia nacional em 2019, dois indicadores chamam a atenção dos mais diversos analistas: a inflação sob controle e o baixo patamar da taxa Selic. A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), deverá encerrar o ano abaixo do centro da meta (4,25%).
De acordo com a pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, o IPCA acumulará, em 2019, variação de 3,28%. A taxa Selic, por sua vez, encontra-se em seu menor nível histórico. O Comitê de Política Monetária (Copom), em sua última reunião realizada em setembro, reduziu a taxa básica de juros da economia de 6% para 5,5%. Neste cenário de inflação sob controle e juros baixos observa-se que o Brasil vivencia um dos melhores momentos para a compra de um imóvel, seja para a moradia (realização do sonho da casa própria), ou para o investimento.
Esta é a conclusão de um estudo inédito realizado pela Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon-MG. De acordo com o Vice-presidente da Área Imobiliária da entidade, Renato Michel, vários fatores devem ser considerados para quem quer comprar de forma imediata o seu imóvel. “Inicialmente é preciso considerar que o emprego formal está voltando. De janeiro a agosto/19 foram geradas 593.467 novas vagas com carteira assinada em todo o País demonstrando que, aos poucos, a economia volta a caminhar. Foi o melhor resultado para o período desde 2014, quando mais de 750 mil vagas foram abertas. Além disso, o número de vendas de apartamentos em todo o País está superando os lançamentos. Isso leva a uma redução da oferta (estoque de unidades novas disponíveis para venda).”
Desta forma, as oportunidades de preços hoje existentes podem estar com os dias contados. O mercado imobiliário obedece a lei da oferta e da demanda. Quanto menor a oferta, maior o preço. Por isso, pode-se assistir nos próximos meses um aumento de preço do imóvel. Em Belo Horizonte e Nova Lima, por exemplo, a baixa oferta de imóveis novos já tem provocado aumento nos preços dos imóveis residenciais. Considerando o valor médio de unidades residenciais para nestas cidades, conforme o Censo Imobiliário, observa-se que nos últimos 12 meses, encerrados em agosto/19, esse preço registrou um incremento de 6,99% ao passar de R$7.907,00/m² (agosto/18) para R$8.460,00/m² (agosto/19). Neste mesmo período, o IPCA/IBGE aumentou 3,43%. Portanto, observa-se uma variação real de 3,44% no preço de apartamentos novos. E a tendência de aumento pode-se acentuar, pois as vendas continuam superando os lançamentos, dificultando a recomposição do estoque”, analisa.
Além disso, o estudo também destaca outros fatores que demonstram que o momento atual é propício para a aquisição da casa própria: Em agosto a Caixa Econômica Federal lançou uma nova modalidade de financiamento imobiliário, com atualizações pela variação do IPCA, indicador oficial da inflação no País. É uma alternativa às tradicionais linhas de crédito habitacional no País e que pode beneficiar o comprador do imóvel, pois possibilita uma economia inicial por oferecer taxas mais baixas: 2,95% ao ano a 4,95% ao ano, mais a variação da inflação. O IPCA, nos últimos 12 meses encerrados em agosto/2019, acumulou alta de 3,43%. A expectativa dos analistas é que o referido indicador encerre 2019 em 3,28%.
Também precisa ser analisado que os bancos privados iniciaram uma reestruturação no segmento de crédito imobiliário e estão reduzindo as suas taxas de juros. E não causará surpresa se novas quedas acontecerem. Isso significa que a disputa entre os bancos privados no crédito imobiliário deve se acirrar ainda mais especialmente avaliando que este é um tipo de financiamento de baixo risco e que fideliza o cliente por longos anos.
Neste contexto, o estudo destaca o crescimento do crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança: Conforme dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) de janeiro a agosto/19 foram financiadas, com recursos do SBPE, em todo o País 180.511 unidades, o que correspondeu a um incremento de 27,64% em relação ao mesmo período do ano anterior (141.419). Foi o melhor resultado para o período nos últimos quatro anos.
O estudo também detalha que este é o momento adequado para se investir em imóvel. Isso porque quando acontece uma redução da taxa Selic, os títulos indexados a ela e as aplicações em renda fixa passam a oferecer uma remuneração menor. Neste cenário, a expectativa de ganhos de rendimentos financeiros não é satisfatória. Em um ambiente de juros mais baixos, os investimentos estão com rentabilidade mais limitada. Aqueles que utilizam o CDI ou a Selic como referência tem retorno bem mais modesto e considerando que a taxa Selic pode cair ainda mais, eles podem ficar até mesmo inferiores a inflação. Assim, os investimentos em imóveis ganham atenção especial.
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