Fonte: CBIC
A indústria da construção manterá suas atividades e as entidades do setor atuam, em parceria com os sindicatos dos trabalhadores, para reforçar os mecanismos de proteção à segurança e saúde do trabalhador e evitar a transmissão do coronavírus nos canteiros de obra. Setor essencial da economia e o segundo maior empregador do país, a construção civil está mobilizada para levar à sua mão de obra os esclarecimentos e ferramentas necessárias para a prevenção ao Covid-19. “O que nós temos de mais importante é a saúde do nosso trabalhador”, afirmou José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em mesa redonda exibida pela CNN Brasil na noite de segunda-feira, 23.
Também participaram da conversa Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Antônio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon). Os três dirigentes defenderam a continuidade das obras em curso no país como mecanismo para evitar uma deterioração maior da economia e o aumento do desemprego em meio à pandemia. Segundo eles, convenções coletivas estão sendo flexibilizadas e construtoras e incorporadoras reforçarão medidas de segurança e saúde nos canteiros.
“O esforço é não parar as obras e garantir que os trabalhadores trabalhem com segurança. Nós assinamos um acordo flexibilizando a convenção coletiva. Queremos salvar a economia, mas também salvar vidas”, afirmou o presidente do Sintracon. “O cuidado com a saúde é fundamental, mas é preciso uma porta de saída para quando acabar a epidemia. Precisamos estabelecer um equilíbrio entre a saúde e a economia”, disse o presidente da Abrainc.
A mobilização do setor envolve maior controle do acesso e uma reorientação de rotinas nos canteiros de obras. Entre as medidas de prevenção, as empresas proverão itens de higiene como álcool gel; a higienização de ambientes e equipamentos em menores intervalos de tempo; mudança nos turnos e horários de refeição para evitar aglomerações; e poderão adotar a medição da temperatura dos funcionários antes de adentrarem os canteiros. “O trabalho da construção normalmente se dá em ambiente arejado, nossa maior preocupação é fora da obra, especialmente no transporte coletivo”, informou o presidente da CBIC.
Segundo Martins, as empresas também estão buscando acordos locais para evitar que os trabalhadores usem o transporte coletivo nos horários de pico. “É hora de termos bom senso, boa vontade e carinho com os nossos trabalhadores, com quem temos afinidade e afetividade. É desse grupo que devemos cuidar”.
Ação solidária
A indústria da construção também ofereceu ao governo federal apoio no esforço para prevenção da infecção e atendimentos aos pacientes do coronavírus. Segundo o presidente da CBIC, o Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci) colocará à disposição todo o seu quadro clínico, com médicos de diversas especialidades em todo o Brasil, para atender no formato de telemedicina. Uma equite técnica da entidade também auxilia o Ministério da Saúde com soluções para o ocupação de estádios e outros equipamentos para ampliar o atendimento a população. “Estive com o ministro Mandetta e levei a ele todo o nosso know how para termos projetos padrão e dar celeridade a isso”, comentou José Carlos Martins.
Segundo Antônio Ramalho, em São Paulo o Seconci-SP vai disponibilizar um lote de 100 mil testes para serem aplicados nos canteiros de obras e comprovar suspeita de contágio pelo coronavírus. A entidade também entregará 5 mil vacinas contra gripe para que os trabalhadores da construção civil sejam atendidos nos canteiros, disse Luís França.