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Esperança de desfavelização

Habitação. Marcio Lacerda promete reduzir em 37% o déficit habitacional em BH e atender a 185 mil pessoas Medida seria possível com a ampliação do programa Vila Viva Valquiria Lopes Diminuir em 37% o déficit habitacional de Belo Horizonte em quatro anos. Essa é a meta que o prefeito Marcio Lacerda (PSB) anunciou ontem, durante a entrega de 80 unidades habitacionais do Programa de Urbanização Vila Viva, na Vila São José, região Nordeste de Belo Horizonte. A estimativa, conforme o prefeito, é que cerca de 500 mil pessoas vivam hoje em favelas na cidade, ou seja, 1/4 da população. A expectativa é reassentar pelos menos 185 mil pessoas desse total. Antes do feriado de Carnaval, o governo federal havia garantido ao município o repasse de R$ 296 milhões para obras de habitação e saneamento na cidade, oriundos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O dinheiro será empregado na expansão do Vila Viva a outros três aglomerados da cidade. São eles a Vila São Tomaz, na região Norte (R$ 96 milhões), a Várzea da Palma, na região de Venda Nova (R$ 130 milhões) e a Vila Cemig, no Barreiro (R$ 41 milhões). Os valores serão usados na construção de apartamentos e em obras estruturais. R$ 29 milhões restantes serão aplicados em aglomerados que demandam menos intervenções estruturais. Nesses locais, serão, ao todo, mais 730 apartamentos. “Cerca de 25% da população vive em 5% da área física da cidade”, diz Lacerda, ao enumerar o fenômeno da favelização em Belo Horizonte. O programa Vila Viva prevê o reassentamento de famílias, implantação de áreas de lazer e convivência, abertura e urbanização de vias e implantação de redes de água e esgoto. Trâmite. O secretário Municipal de Políticas Urbanas, Murilo Valadares informou que a administração já providencia a contratação dos recursos junto à Caixa Econômica Federal (CEF). “Os projetos já estão bem delineados. Dois projetos executivos já foram licitados (da vilas São Tomáz e Cemig), o projeto da Várzea da Palma será licitado em março e, com certeza, serão executados no ano que vem”, garante Valadares. Segundo ele, a construção dos apartamentos começa ainda neste ano. Ainda segundo o prefeito Marcio Lacerda, a remoção de moradores de vilas e favelas pode ser feita também por meio do pagamento de indenizações. “Para atender a todas as 500 mil pessoas, teriam que ser construídas de 90 a 100 mil casas. Naturalmente o cálculo não é feito dessa maneira porque pode-se construir menos, mas também indenizar as pessoas. Então, com esse valor, a pessoa pode comprar uma habitação razoável em outras regiões da cidade”, afirma. O valor máximo das indenizações pagas pela Prefeitura de Belo Horizonte atualmente é de R$ 20 mil. Um apartamento padrão de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, construído pelo programa habitacional do município, sai por cerca de R$ 45 mil, enquanto que um de três quartos, por R$ 55 mil. Vila São José PAC. As obras de urbanização da Vila São José começaram em novembro de 2007. O empreendimento, orçado em R$ 115 milhões, foi o primeiro a ser iniciado em Belo Horizonte com recursos do PAC. Sorteio Moradora ganha imóvel mobiliado Esgoto a céu aberto, becos estreitos e ratos circulando por todos os lados não vão mais fazer parte do cotidiano da cozinheira Rosilva de Souza, 43. Moradora há 20 anos da Vila São José, ela vai se mudar com os três filhos e o marido para um dos apartamentos entregues ontem. “Até bicicleta é difícil de passar na minha rua. Estou feliz com o novo apartamento. Meus filhos terão uma vida mais digna”, disse Rosilva, que foi sorteada com um apartamento mobiliado. A meta, de acordo com a Secretaria de Políticas Urbanas (Smurb), é reassentar cerca de 2.400 famílias na Vila São José. Ao todo serão entregues 1.408 apartamentos. O restante, 992 famílias, está inscrito Programa de remoção e Reassentamento em Função de Risco ou Obras Públicas (Proas). (VL) Trânsito Corredor viário interligará três regiões da cidade No cronograma de obras na Vila São José, estão previstas a implantação de áreas de lazer, canalização de trecho de um córrego, construção de redes de água e esgoto e abertura de vias urbanas. Com a derrubada dos barracos, serão interligadas as avenidas Pedro II, Tancredo Neves e João XXIII, formando um corredor viário entre as regiões da Pampulha, Noroeste e Centro-Sul. A obra na Vila São José está prevista para ficar pronta no segundo semestre do ano que vem. A entrega dos 80 apartamentos foi feita pelo prefeito Marcio Lacerda no pátio do condomínio. Ele afirmou que um total de 10 mil unidades habitacionais deverão estar construídas em Belo Horizonte até o fim do seu mandato. “Nosso compromisso de habitação é esse, mas certamente vamos superá-lo. Já temos recursos viabilizados para mais de 8.000 apartamentos”, afirmou. (VL)