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Venda de imóvel cresce 49,7%

Em 2008, foram comercializadas em BH 4,973 mil unidades, contra 3,321 mil em 2007. Apesar da intensificação da crise financeira internacional nos quatro últimos meses de 2008, a comercialização de imóveis em Belo Horizonte fechou o ano passado com resultado recorde. No período foi registrado um crescimento de 49,7% no número de unidades vendidas e de 67,20% nos lançamentos, na comparação com o exercício anterior. Os dados foram coletados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG) e divulgadas pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). No ano passado foram vendidos na Capital 4,973 mil apartamentos, sendo que em 2007 o número foi de apenas 3,321 mil. Em 2008 foram lançadas 5,078 mil unidades habitacionais, contra as 3,037 no ano imediatamente anterior. A velocidade das vendas também foi incrementada, registrando aumento de 5,90 pontos percentuais, já que saltou de 12,95% em 2007 para 18,85% no ano seguinte. Mesmo depois do agravamento da crise, em dezembro a oferta de novos apartamentos cresceu 30,18% frente a novembro do ano passado. De acordo com o presidente da entidade, Walter Bernardes de Castro, os números demonstram que de janeiro a setembro os resultados do mercado imobiliário foram tão expressivos que nem a crise fez com que fosse registrada retração significativa. Segundo ele, em novembro e dezembro foi possível perceber redução no ritmo de vendas de imóveis, mas em janeiro deste ano já foi sinalizada recuperação nos negócios. Na avaliação do presidente do Sinduscon-MG, as linhas de crédito para a habitação liberadas até o momento por bancos públicos e privados são consideradas suficientes para manter o mercado aquecido. Para Castro, o consumidor está voltando a ter confiança na economia brasileira, o que está fazendo com que sejam feitos investimentos na compra de imóveis. “Em um primeiro momento se falou tanto em crise que o cliente ficou receoso de fazer qualquer aplicação de recursos, mas agora ele já consegue ver uma perspectiva de melhora”, destacou. Apesar do clima de confiança que volta a ser percebido, as construtoras mineiras ainda devem continuar com menos lançamentos em 2009, conforme avaliou o presidente da entidade. Porém, ao longo deste ano elas se manterão ocupadas, pois foram vendidas muitos apartamentos no ano passado e agora os empreendimentos serão construídos. Na avaliação do representante, o menor número de novos imóveis neste ano não deve prejudicar o setor. Conforme explicou, os aportes na construção civil são feitos no longo prazo e dependem de uma maior certeza sobre a manutenção da demanda no futuro. CAMILA COUTINHO Investimentos são mantidos O atual cenário econômico ainda não fez com que a Habitare Construtora e Incorporadora Ltda. reduzisse o ritmo de investimentos. No ano passado foram investidos cerca de R$ 50 milhões e a previsão é que o mesmo montante seja utilizado em novos projetos este ano. Desde janeiro já foram lançados cinco empreendimentos e a previsão é que até meados deste ano sejam lançados mais cinco. De acordo com o diretor-superintendente da empresa, Alexandre Soares, o momento atual está sendo visto como uma oportunidade para crescer e ganhar participação no mercado. “Algumas construtoras, principalmente de São Paulo, que estavam atuando fortemente em Minas Gerais, pararam de investir em novos empreendimentos. Além de manter o nosso ritmo de crescimento normal, vamos preencher um espaço que está sendo deixado pelos concorrentes”, destacou. Um dos principais motivos que permite à Habitare manter o ritmo de crescimento em momento de escassez de crédito é o modelo de gestão adotado, que praticamente só usa capital próprio para construir. Conforme Soares, dos R$ 50 milhões aplicados no ano passado, R$ 42 milhões não dependeram de financiamento. A demanda continua aquecida, segundo o diretor, que ressaltou que em janeiro deste ano as vendas foram 5% maiores do que no mesmo período do ano passado. Apesar de os resultados de fevereiro ainda não estarem fechados, a tendência é que mantenham o mesmo nível de incremento registrado no mês anterior, pois foram fechados 72 contratos, sendo que em 2008 foram assinados 67 negócios. Segundo o diretor, se nos dois primeiros meses deste ano, quando normalmente é registrada queda na demanda, os negócios estão aquecidos, a tendência é que a expansão seja repetida ao longo de 2009. Soares afirmou que além do crescimento no número de vendas é esperado aumento na participação da Habitare no mercado imobiliário de Belo Horizonte. Os negócios da MIP Engenharia também devem continuar a crescer em 2009. O principal motivo para a previsão de resultado positivo é a independência de instituições financeiras, em época de dinheiro escasso. A empresa utiliza recursos próprios para fazer os investimentos em imóveis e financia as unidades habitacionais para os clientes. De acordo com o diretor-presidente, Marco Antonio Andrade Carneiro, neste ano serão lançados dois prédios residenciais, mantendo o mesmo volume de empreendimentos de 2008. “As pessoas estão procurando imóveis para moradia e também como opção de investimento, já que a aplicação na bolsa não está sendo uma alternativa arriscada”, destacou. O aquecimento do mercado imobiliário também está sendo observado em empresas especializadas em loteamentos. Segundo o gerente comercial da Ápia Empreendimentos, Luciano Auto, as pessoas continuam comprando lotes para construir casas. A companhia comercializa terrenos nos condomínios Quintas do Sol, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e no Terra dos Bandeirantes, na cidade de Mário Campos, também na RMBH. CAMILA COUTINHO Lucro da Camargo Correa soma R$ 51,8 milhões São Paulo – A Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) anunciou ontem seus resultados de 2008. O lucro líqüido ficou em R$51,8 milhões (margem líquida de 8,9%); o Ebitda em R$53,8 milhões (Margem Ebitda de 9,3%); e a receita operacional líquida somou R$579,3 milhões. “O resultado obtido foi bastante positivo. Tivemos vendas contratadas de R$1,1 bilhão, receitas, margens e lucro em expansão, a despeito do cenário volátil do final do ano, e das mudanças contábeis realizadas”, disse Fernando Bergamin, executivo de relações com investidores da CCDI. As novas práticas contábeis brasileiras provocaram ajustes de R$44,9 milhões, a menor, no resultado da Companhia. De acordo com Fernando, se as alterações na legislação contábil não tivessem entrado em vigor, o lucro da empresa seria de R$96,7 milhões, 1.140% maior do que o valor divulgado em 2007, de R$6,1 milhões. O executivo informou ainda que o resultado positivo foi decorrente de um maior volume de receitas reconhecidas, e da maior lucratividade dos projetos realizados. Ao final do ano, a posição de caixa era de R$66,4 milhões, com alavancagem muito baixa e endividamento totalmente relacionado às linhas de financiamento à construção do SFH. Em fevereiro, a CCDI anunciou vendas contratadas de R$1,124 bilhão em 2008 (mais 193% sobre as vendas de 2007), com lançamentos de R$948,3 milhões e velocidade de vendas de 50% no ano. “Das nossas vendas residenciais, 74% foram de unidades destinadas aos segmentos populares, com preços até R$350 mil cada, que têm condições especiais de financiamento a taxas mais atrativas”, completou o executivo. (AE)