Volume até dezembro pode aumentar. MARX FERNANDES. Os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), principal fonte de crédito usada pela classe média para a compra da casa própria, chegou a R$ 1,3 bilhão em Minas Gerais no primeiro semestre do ano, permanecendo estável em relação ao mesmo intervalo do exercício passado (R$ 1,293 bilhão), conforme estimativa do setor da construção civil. Segundo os dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de contratações de janeiro a junho no país atingiu R$ 13,6 bilhões e poderá chegar a R$ 30 bilhões até o final do ano, dos quais o Estado representaria em média cerca de 10%. A tendência do setor da construção civil é concentrar o maior número de lançamentos imobiliários do ano no segundo semestre, conforme o presidente da Abecip, Luiz Antonio França. “Com isso, teremos um volume de contratações através do SBPE superior ao dos primeiros seis meses de 2009, que poderão atingir R$ 17 bilhões na última metade do ano, em uma expectativa conservadora”, explicou. Os financiamentos habitacionais contratados de janeiro a julho em Minas Gerais através da Caixa Econômica Federal (Caixa), principal agente de crédito imobiliário do país, somaram R$ 2,173 bilhões, volume que superou em 68,7% igual intervalo de 2008. Do total, R$ 1,077 bilhão partiram de recursos do SBPE. O montante ficou 101% acima do intervalo de janeiro a julho do ano passado (R$ 535 milhões) e foi responsável por 31,224 mil unidades habitacionais no Estado. Com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), os financiamentos habitacionais no Estado somaram R$ 1,096 bilhão de janeiro a julho, superando em 47% igual intervalo de 2008, quando o valor chegou a R$ 747 milhões. As contratações atingiram 20,953 mil operações. No país, a Caixa financiou 403,851 mil moradias com recursos de R$ 20,269 bilhões de janeiro a julho. Do total, o FGTS foi responsável por 155,220 mil unidades, com R$ 9,181 bilhões, enquanto o SBPE compreendeu 246,957 mil residências, com R$ 10,780 bilhões no período. A expectativa do banco é chegar a R$ 30 bilhões em financiamentos habitacionais neste ano e superar o recorde de 2008, quando o montante chegou a R$ 23 bilhões em contratações de crédito para a casa própria. Em Minas, a expectativa é atingir R$ 3 bilhões, contra R$ 2,5 bilhões em 2008. “Os incentivos do governo federal, como o programa habitacional “Minha casa minha, vida” são importantes para manter o fluxo de atividade das construtoras e dar mais fôlego para investimentos das empresas”, explicou França. Além disso, a entrada do programa do governo federal poderá mudar o quadro do financiamento imobiliário no país, já que os recursos do FGTS são mais usados por famílias de baixa renda e o pacote da União atende famílias com renda de até dez salários mínimos. Em Minas, a utilização do FGTS aumentou com a entrada do programa da União e ultrapassou, mesmo que timidamente, o montante do SPBE em julho. Até junho, as contratações com recursos da poupança estavam mais aquecidas no Estado devido às facilidades para aquisição da casa própria implementadas pelos agentes financeiros que atuam no setor imobiliário.