Com o reaquecimento, setor é o principal responsável pelo geração de postos de trabalho em Minas. BRUNO PORTO A construção civil no interior do Estado acompanhou a aceleração dos negócios percebidos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontaram o setor da construção civil como o principal responsável pelo geração de postos de trabalho em Minas. Os representantes do setor consultados pela reportagem consideram que a retomada da confiança do investidor somado ao retorno das linhas de financiamento dos bancos privados para a construção civil sustentaram a recuperação do segmento. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), Walter Bernardes de Castro, afirmou que “o governo fez a sua parte e a iniciativa privada começou a retirar os projetos da gaveta”. Segundo ele, a alta empregabilidade deverá permanecer no decorrer deste ano, porém um crescimento mais robusto do segmento ainda depende de um mercado mais estável. “O setor é muito dependente de crédito e os bancos muito sensíveis a inadimplência. É necessário aguardar o comportamento da economia”, observou Castro. Em Belo Horizonte, segundo o Caged, somente a construção civil, em julho, foi responsável pela geração de 1,448 mil vagas, quando o saldo total da Capital foi de 2,240 mil postos de trabalho. O presidente do SINDUSCON-MG afirmou que os novos lançamentos destinados ao programa habitacional do governo federal “Minha casa, minha vida” poderão contribuir para o crescimento do setor e conseqüente geração de empregos. “Existem muitos pojetos em elaboração que brevemente estarão demandando mão-de-obra”, afirmou castro. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do município (SINDUSCON-JF), Leomar Pereira Delgado, a criação de postos de trabalho poderia ter sido superior. “Não foi maior porque a prefeitura não criou um programa específico para atender aos projetos do programa habitacional do governo”, afirmou. De acordo com ele, existem muitos projetos aguardando liberação do governo municipal, porém existe uma lentidão muito grande por parte da Prefeitura. “Uma burocracia muito grande, sem que se tenha dado uma atenção especial para um programa deste porte”, disse Delgado. Na cidade, apenas os setores de serviços e a indústria da transformação criaram mais empregos que a construção civil. O saldo do segmento em julho foi positivo em 62 postos de trabalho. “É uma retomada gradual do setor. Estamos longe de um boom, mas já se percebe um número elevado de obras na cidade, com muitos lançamentos ainda para acontecer”, observou Delgado. No caso de Varginha, no Sul do Estado, falta mão-de-obra para atender os empreendimentos que estão em construção. “Temos um grande supermercado sendo construído e um projeto do programa habitacional do governo já em obras. Mas os trabalhadores estão contratados para a colheita do café”, disse o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção Civil da Região dos Lagos Sul Mineiros (SINDUSCON-Varginha), Sebastião Rogério Teixeira. A Prefeitura de Varginha cedeu terrenos de propriedade do município para a construção de 2 mil unidades habitacionais voltadas para o pograma do governo federal. As unidades serão entregues até 2012 e são destinadas a famílias com renda mensal entre zero e três salários mínimos. Para fomentar o segmento da construção civil no município, o governo municipal fechou um convênio de cooperação mútua com a Caixa Econômica Federal (CEF) com objetivo de acelerar a liberação de linhas de financiamento.