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Mão de obra vem da Bahia

Estrutura Para suprir carência, empresas buscam empregados em outras regiões Ana Paula Pedrosa e Queila Ariadne No início de agosto o baiano Manoel Pereira, 30, arrumou as malas e deixou a cidade de Paulo Afonso, na divisa da Bahia com Pernambuco, para trabalhar em uma obra em Belo Horizonte. Como ele, muitos conterrâneos estão fazendo o caminho rumo a Minas Gerais para ocupar as vagas que estão sobrando na construção civil. Pereira saiu da cidade já contratado como encarregado de obras pela construtora Concreto, que tem cerca de 40 pessoas do Estado vizinho e do Norte de Minas Gerais em uma obra no bairro Funcionários. “Isso custa caro, temos que dar alojamento, alimentação e todo o suporte para esses trabalhadores que se mudam para Belo Horizonte. Acaba impactando no custo da obra, e muitas vezes não podemos repassar para o preço final, que é ditado pelo mercado”, afirma o diretor administrativo da empresa, Miguel Safar Filho. O que para ele é despesa, para os trabalhadores é oportunidade. Manoel veio para a capital mineira com o irmão e dois sobrinhos e aproveita para fazer um pé de meia. “Eu ganho pouco mais de R$ 2.000, mando um pouco para a família e vou guardando um pouco”, conta ele, que tem três filhos. Antes de vir para Belo Horizonte, ele já trabalhou em obras em Tocantins, São Paulo e Pernambuco. “Eu sempre trabalhei na construção, mas na minha cidade não tem vaga. As empresas vão recrutar lá e eu já viajei o Brasil todo, mas sempre volto”, conta. Em Belo Horizonte ele tem moradia e alimentação fornecidos pelo empregador. Reforço. A construtora Paranasa também recorreu a baianos para completar o quadro de pessoal. “Recentemente trouxemos trabalhadores do Norte de Minas e da Bahia, que são regiões onde o mercado não está tão aquecido”, afirma a gerente de Recursos Humanos da empresa, Érica Falci Dolabela Marques. Ela explica que o mercado em Belo Horizonte está muito aquecido, tanto por obras públicas, como o centro administrativo que o governo do Estado está construindo, quanto em razão do mercado residencial, que já está em alta e deve crescer ainda mais com as obras do programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo com ela, muitas vezes os trabalhadores vindos de outras regiões não têm a qualificação exigida pela empresa, por isso passam por treinamentos internos e podem até mesmo mudar de função, dependendo das habilidades. Busca por vaga sobe 79% na UFMG O aquecimento do mercado de trabalho da construção civil já se refletiu na relação de candidatos por vaga no vestibular. Em três anos, a procura pelo curso de engenharia civil na maior universidade do Estado, a Federal de Minas Gerais (UFMG), subiu 79%. Em 2007 cada vaga foi disputada por 7,24 candidatos. Em 2008, a relação candidato/vaga subiu para 9,65. No vestibular deste ano havia 12,95 estudantes para cada vaga. A UFMG oferece cem vagas no primeiro semestre e cem no segundo, mas com um único vestibular anual. (APP e QA) Seleção Vagas. A Camargo Corrêa vai selecionar 25 pessoas formadas entre dezembro de 2007 e 2009 em diversas engenharias e em administração para trabalhar em obras no Brasil, na América Latina e na África. As inscrições vão até 13 de outubro.