Teodomiro Diniz Camargos Câmara da Indústria da Construção Fiemg Apesar da crise, a construção continuou com bons níveis de emprego. O que explica isso? O setor recebeu muitos incentivos e se manteve aquecido, portanto, não houve necessidade de demissões. Nós perdemos muito com a paralisação de obras nas áreas de metalurgia e mineração, em compensação, a parte de edificação avançou. A dificuldade de encontrar mão de obra qualificada também explica a manutenção dos níveis de emprego? É claro. Está difícil repor profissionais, se a empresa demite um, corre o risco de não arrumar outro. Sempre foi difícil encontrar mão de obra ou agora está pior? Nos últimos seis meses essa carência vem se aguçando. As próprias construtoras estão formando os profissionais, a pessoa começa como servente e vai aprendendo até virar mestre de obras. Há seis anos, vivemos uma paralisia na oferta de mão de obra, ninguém se interessava, hoje isso está mudando, as pessoas estão vendo possibilidade de fazer carreira. Os salários estão mais atraentes. Um pedreiro pode começar ganhando mais do que um salário mínimo, a remuneração é melhor do que o comércio, por exemplo. E se os homens não quiserem, as mulheres querem. De todos os benefícios que o governo concedeu, entre eles o Minha Casa, Minha Vida e a redução do IPI para materiais de construção, qual teve melhor impacto para a atividade? A redução do IPI foi sem dúvida o mais relevante, pois tem o poder de alavancar o consumo por meio do crescimento no consumo formiguinha, aquelas pequenas reformas. Mas o programa habitacional também está estimulando o crescimento da construção. O setor da habitação popular será o novo expoente da construção.