A construção civil do país continua registrando números positivos. No último dia 03, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o setor cresceu 2% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao último trimestre de 2010 e 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, os analistas econômicos afirmam que 2011 encerrará com resultados menores do que 2010, ano atípico, quando o setor registrou o maior crescimento desde 1986. A estimativa do Banco Central é de que o incremento das atividades da construção neste ano chegue a 5,2%, enquanto 2010 fechou com alta de 11,6%. Os analistas ressaltam ainda que o fato de reduzir o percentual de crescimento não significa que o setor vá parar de crescer. Em Belo Horizonte, o mercado imobiliário continua com boas perspectivas. As vendas e os lançamentos de novos apartamentos apurados pela Fundação IPEAD/UFMG nos primeiros três meses do ano estão superiores à média histórica, apesar de terem ficado menores do que os de 2010. E as perspectivas continuam favoráveis. Isto é, o mercado não deve recuar. O cenário local segue a tendência nacional, de acordo com a última Sondagem da Construção Civil, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que detectou que a previsão para novos empreendimentos e serviços nos próximos seis meses manteve a estabilidade, ao atingir os mesmos 61,1 pontos nos meses de abril e maio. Voltando a Belo Horizonte, em relação aos preços dos imóveis, a valorização chegou a 2,41% no primeiro trimestre e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas, aumentou 1,13%. A situação dos preços na capital mineira acompanha o que vem ocorrendo em outras capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, porém, em menor proporção. Recente levantamento da EXAME/Ibope aponta para uma alta de 26% nos últimos 12 meses nestas três cidades e de 52% nos últimos dois anos. No mundo, conforme o levantamento, apenas Hong Kong teve uma valorização maior. Ainda em BH, é importante dizer que, de imediato, não se espera uma estabilização nesses preços. A escassez de terrenos na cidade e os altos custos destes – conforme o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de Minas Gerais (Creci-MG), os lotes aumentaram até 600% nos últimos cinco anos – além da redução do coeficiente de aproveitamento dos mesmos com a nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, deverão impactar os preços dos novos empreendimentos. Já temos dito isso em colunas anteriores. Por isso, reforçamos, estamos num momento muito propício para a compra de imóveis. Para o mercado de baixa renda, essa hora é ainda mais urgente. A alta demanda pelas unidades desse segmento, a elevação dos custos da construção, dos terrenos e da mão de obra têm afugentado os construtores da capital, que estão partindo para o interior e cidades da Região Metropolitana, pois não conseguem mais edificar por aqui. Mas, em linhas gerais, temos que contar com componentes macroeconômicos (inflação e juros) que podem afetar a economia como um todo e, por conseqüência, interferir nas decisões no âmbito do mercado imobiliário. Por isso, para aqueles que têm possibilidades reais de apostar nos imóveis, a chance de bons negócios pode ser agora. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).