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Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade na Construção

Muitos associam a sustentabilidade a ações estritamente ligadas ao meio ambiente. No entanto, a palavra “sustentabilidade” tem um conceito muito mais amplo. Os estudiosos do tema a definem como “um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”. Exatamente focada neste conceito, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, entidade maior do setor no País, se uniu à Fundação Dom Cabral e lançou nesta sexta-feira, o primeiro Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção. A publicação é uma compilação de 29 cases de empresas do setor nas áreas de Gestão Empresarial, Relacionamento com Stakeholders, Melhorias no Processo Construtivo, Saúde e Segurança do Trabalhador, Mão de Obra na Construção e Desenvolvimento Imobiliário Urbano. O objetivo do material é servir de referência para a incorporação de práticas de sustentabilidade corporativa, no sentido mais amplo da palavra, por parte das construtoras do País, uma vez que todas as experiências relatadas no guia já foram testadas e aperfeiçoadas, o que reduz as incertezas em relação ao sucesso das iniciativas. Portanto, os exemplos poder ser copiados e adaptados à realidade específica de cada empresa com bastante segurança. A publicação está organizada em seis seções. A primeira delas trata da Gestão Empresarial e Governança, parte essencial de qualquer desenvolvimento corporativo, inclusive para a sustentabilidade. No início, são apresentadas quatro boas práticas de desenvolvimento de sistemas de gestão, usando como base a gestão da qualidade, gestão integrada, gestão de riscos e gestão da responsabilidade social. Em seguida, duas experiências de relatos do desempenho corporativo em sustentabilidade e de emissões de gases de efeito estufa são relatadas. A segunda seção aborda o Relacionamento com Stakeholders, que começa com uma experiência de como organizar o diálogo com esses grupos e de como alinhar a busca pela sustentabilidade com a estratégia corporativa. Depois seguem exemplos de atendimento aos interesses de acionistas, fornecedores e comunidades. A seção “Melhorias no Processo Construtivo” reúne projetos que alcançaram destaque na adoção do Building Information Modeling (BIM), na implantação da produção mais limpa em obras, na otimização do processo construtivo para minimizar a geração de resíduos, na obtenção de melhorias do desempenho ambiental dos canteiros, na implantação da gestão de resíduos, na obtenção do Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal e no processo de certificação em Eficiência Energética em Edificações – Etiqueta Procel Edifica. Os trabalhadores estão focados em duas seções. A primeira começa com a organização do sistema de gestão de saúde e segurança do trabalhador (SST), passando pelo alinhamento entre desempenho de SST em projetos de Construção e seus resultados financeiros, fechando com a promoção de Ergonomia. Já a outra parte aborda a formação de mão de obra, envolvendo a preparação e contratação de moradores de comunidades vizinhas às obras, de mão de obra feminina e de detentos e egressos do sistema prisional e do trabalho escravo. A sexta e última seção busca levantar o potencial de empresas da cadeia produtiva da Construção para apoiar o desenvolvimento imobiliário urbano. Ainda há muito para se explorar neste tópico, mas o guia apresenta um exemplo de construção de calçadas, seguindo os princípios da acessibilidade e da sustentabilidade, e outro exemplo de planejamento de manutenção preventiva e retrofit em condomínios. O lançamento do Guia faz parte de um amplo processo que vem sendo desenvolvido pela CBIC no sentido de estender a prática da responsabilidade empresarial ao conjunto das mais de 170 mil empresas da cadeia produtiva da construção. Em 2011, em uma pesquisa inédita no setor, a CBIC havia identificado que mais da metade das empresas do segmento (58%) já adotavam alguma ação de inclusão social e responsabilidade ambiental em suas empresas. Agora, o desafio, é ampliar cada vez mais essa prática Brasil afora. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).