Sinduscon – MG

Notícias

Home / A Construção Civil e o investimento

A Construção Civil e o investimento

Depois de um longo período de baixo crescimento de suas atividades, a Construção Civil do País vivencia um novo ciclo de crescimento desde 2004. Pelo terceiro ano consecutivo, o setor deverá crescer mais do que a economia nacional. Os últimos números dão conta de que de janeiro a setembro deste ano, a economia registrou incremento de 0,7% no Brasil e 2,1% em Minas Gerais. Já a Construção Civil expandiu 3,0% no País e 4,6% no estado. E as perspectivas são de que 2012 termine com a economia nacional crescendo 1% e o setor entre 3% e 4%. Para 2013, as projeções se igualam às deste ano. A estabilidade macroeconômica, o incremento do crédito imobiliário, a elevação do emprego formal, o aumento da renda da população, os programas do governo federal (Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e Minha Casa, Minha Vida – MCMV), entre outros, são responsáveis por esses números. A Construção Civil mineira, que há dois anos consecutivos vem crescendo mais do que o setor em nível nacional, tem sua expansão justificada em obras como as do Mineirão, as do BRT, a duplicação de avenidas, a construção de hotéis e o mercado imobiliário. Mas, apesar dos resultados positivos, em 2012 o desempenho setorial sofreu influências do baixo ritmo das atividades, influenciado pelo cenário internacional adverso e preocupante, e pela redução dos investimentos que, há cinco trimestres consecutivos, registram queda. De janeiro a setembro deste ano, a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 3,9% no País e deverá fechar 2012 por volta de 18% do Produto Interno Bruto, enquanto 2011 fechou em 19%. Números estes preocupantes, uma vez que estudos econômicos apontam que a taxa mínima de investimento para o País manter um crescimento sustentado é de 25% do PIB. Apenas para ilustrar como o Brasil está atrasado neste sentido: na China, a taxa de investimento é de 50% do PIB, na Índia de 30%, e na Coréia de 28%. É importante ressaltar que quase metade dos investimentos que são realizados por aqui é proveniente da Construção Civil. Em 2011, último dado disponível conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Construção Civil participou com 41,4% na Formação Bruta de Capital Fixo. E o setor pode contribuir com ainda mais, ajudando o País rumo ao crescimento sustentado, pois toda a infraestrutura básica (física) depende do setor. Mas, para isso, precisa receber investimentos. Para se ter ideia da necessidade do investimento no Brasil, o Relatório Global do Fórum Econômico Mundial mostra que ocupamos apenas a 104ª posição no que diz respeito à qualidade da nossa infraestrutura. Isso nos coloca atrás de países do próprio grupo dos BRICs (Rússia, Índia, China e África do Sul). No mesmo relatório, o País está na posição 118 na qualidade das estradas, na colocação 122 na qualidade da infraestrutura aeroportuária e ocupa a posição 130 no tocante à qualidade dos portos. O impacto destas deficiências sobre a economia é avassalador: perda de competitividade da economia nacional, o que atinge a capacidade de exportação do País (logística), afeta a saúde das indústrias (competitividade), ameaça o fluxo de investimentos estrangeiros e compromete a capacidade de crescimento do Brasil. Como se nota, existe uma evidente necessidade de ampliar/melhorar a infraestrutura do País (saneamento básico, rodovias, aeroportos e portos são exemplos claros disso). O investimento é que definirá o ritmo da caminhada da economia nacional nos próximos anos e a Construção Civil tem todas as condições para ser a locomotiva deste movimento. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).