O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) registrou 50,9 pontos em maio. O dado demonstra otimismo do empresário, apesar do recuo do indicador frente aos 53 pontos apurados em abril e aos 60,1 pontos referentes a maio de 2012. Números acima de 50 pontos são positivos. Esse resultado é consequência de uma postura mais cautelosa por parte dos empresários, que aguardam uma maior definição no cenário econômico ao que se refere à taxa de juros, inflação e disponibilidade de crédito. Ainda assim, o setor segue com boas expectativas, baseadas, principalmente, pela confiança do empresário na competitividade de sua empresa.
Desde novembro de 2012, as condições de negócios são consideradas insatisfatórias pelos agentes da Construção Civil. Em maio, o índice ficou em 42,3 pontos, apresentando queda em relação aos 44,4 pontos de abril e aos 50,8 pontos de maio do ano passado. No desagregado, em maio, as construtoras se mostraram mais alerta. O indicador referente à economia brasileira registrou 37,8 pontos e o índice relativo ao ambiente de negócios de Minas ficou em 39,9 pontos. A avaliação quanto à situação da própria empresa é melhor, alcançando os 44,9 pontos. Mesmo assim, os resultados estão abaixo da linha dos 50 pontos, portanto, demonstram insatisfação.
A piora nos números é decorrente da conjuntura macroeconômica e do clima de incerteza entre os agentes de mercado. Ao longo destes cinco primeiros meses de 2013, as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto sofreram revisões para baixo, fato que pode ter contribuído para a retração no nível de otimismo dos construtores, segundo o coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), economista Daniel Furletti.
Entretanto, como as projeções de crescimento da economia para este ano continuam em um patamar próximo a 3%, os empresários seguem otimistas quanto aos negócios para os próximos seis meses, cujo índice de expectativa ficou em 55,2 pontos em maio. Esse indicador é explicado, em boa parte, pelas perspectivas positivas do empresário em relação à sua própria empresa, que apurou 56,4 pontos. Já as expectativas quanto à economia brasileira e do Estado registraram 51,5 e 52,2 pontos, respectivamente.
“Os empresários estão investido em inovação e tecnologia no canteiro de obras. A cada dia os processos construtivos estão mais eficientes. Por isso, apesar da economia ainda caminhar em um ritmo mais lento do que o desejado, os empresários acreditam que as boas práticas desenvolvidas em suas empresas serão um diferencial para manter o crescimento em 2013”, afirma Daniel Furletti.
Projeções apontam cenário mais favorável nos próximos meses
De acordo com os dados levantados pela Sondagem da Indústria da Construção de Minas Gerais, a atividade do setor ficou em 42,8 pontos em abril, apresentando recuo de 2,7 pontos na comparação com março, quando foram registrados 45,5 pontos. O nível de atividade em relação ao usual decaiu de 41,1 pontos para 40,4 pontos no mesmo período. Já o número de empregados teve retração de 47,4 pontos para 43,1 pontos de março a abril deste ano. Esses indicadores estão situados abaixo da linha dos 50 pontos, apontando ritmo de atividade mais moderado.
Entretanto, os indicadores que levantam as expectativas para os próximos seis meses seguem positivos. As perspectivas de novos empreendimentos, com 53,8 pontos, impactaram positivamente na expectativa quanto ao nível de atividade, 50,9 pontos, e quanto às contratações, 52,6 pontos. Somente em relação à compra de matéria-prima o dado ficou abaixo da linha de 50 pontos, registrando 48,8 pontos, em maio.
A pesquisa
A Sondagem da Construção de Minas e o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção de Minas são elaborados pela Gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em conjunto com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e tem como parceiro o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Os dados foram coletados entre 1º e dia 14 de maio junto a 46 empresas mineiras.