As atividades da Construção Civil, particularmente do segmento imobiliário, bem como outros setores produtivos, estão sentido os reflexos do atual momento econômico do País. Como consequência, o mercado passa por um ajuste entre oferta e demanda. Contudo, isso não significa que o período de maior expansão ficou para trás. Ao contrário, a crescente demanda, aliada à disponibilidade de financiamento, sugere que o momento de acomodação é passageiro e que deve dar lugar a uma nova onda de valorização dos imóveis em breve. Razões para vislumbrar esse cenário não faltam. A existência de uma regulamentação sólida e eficiente, o crédito imobiliário saudável e em ritmo de expansão e o déficit habitacional existente são alguns dos fatores que naturalmente garantem a continuidade do processo de crescimento. Depois de um período em que o Produto Interno Bruto (PIB) registrou taxas bastante positivas, que contribuíram para colocar o Brasil em evidência no mercado internacional, a economia brasileira vem apresentando um menor ritmo de expansão, com inflação e juros em patamares elevados. Nesse ambiente, tanto a disposição de consumo das famílias quanto as decisões de investimentos dos empresários têm sido postergadas. Por consequência, afetando o mercado imobiliário, essa sensação de incerteza em relação ao futuro tem feito com que as famílias optem por adiar também a compra do sonhado imóvel, mesmo tendo condições de realizar a aquisição com segurança financeira. Uma decisão que pode não vir a ser um bom negócio. Isso porque, apesar de não concretizarem a negociação, os mesmos consumidores permanecem com a necessidade e com recursos para conquistar a casa própria. Ou seja, a demanda por imóveis continua latente, mas de maneira oculta. Na verdade, a demanda reprimida vem crescendo, pois a cada mês novos casamentos acontecem, famílias são formadas, estudantes mudam de cidades para estudar e jovens saem da casa dos pais em busca da independência. Fatores como o aumento da renda familiar e o maior acesso ao crédito continuam adicionando mais pessoas ao público potencial que possui capacidade financeira para comprar um imóvel. Por isso, uma análise do cenário nos mostra que há uma demanda se acumulando agora que vai se somar à demanda futura. Deste modo, quando a economia nacional retomar a vertente de um crescimento mais robusto, certamente haverá um impulso às atividades dos diversos setores produtivos. Consequentemente, os empresários ampliarão os seus investimentos e retornará a disposição de compra por parte do consumidor, o que deve resultar em uma nova aceleração de preços daqui alguns meses. Cabe ressaltar que, mesmo neste período de acomodação, os especialistas descartam uma queda significativa e generalizada nos valores dos imóveis. Eles fundamentam essa posição ao analisarem os custos da Indústria da Construção Civil (materiais, terrenos e mão de obra), que seguem aumentando sem perspectivas de queda. Portanto, esperar por uma queda de preços para comprar a sonhada casa própria pode ser uma decisão equivocada. E mais, diante das características cíclicas da economia brasileira, investir em imóveis neste período pode render bons lucros em futuro próximo, quando o mercado imobiliário estará, novamente, aquecido. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Publicado em 12/10/2014 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)