Os desafios do setor da Construção e as soluções que as empresas estão adotando para contornar este período de crise na economia brasileira foram o foco das discussões durante o Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil 2015. O evento foi realizado na última segunda-feira, em Belo Horizonte, reunindo cerca de 200 empresários e gestores mineiros. Os destaques da programação foram as apresentações do CEO da Viver S.A., Bruno Laskowsky, e do economista e fundador da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro.

Na solenidade de abertura, presidente do Sinduscon-MG, Andre de Sousa Lima Campos, ressaltou que o momento exige que a cadeia da construção esteja unida para encontrar soluções e cobrar medidas que promovam a retomada do crescimento econômico. O dirigente aproveitou para reforçar também o compromisso do Sindicato com iniciativas que fomentem o desenvolvimento do setor em Minas Gerais.

Em seguida, o presidente do Sinduscon-MG Jovem, Daniel Katz, listou alguns dos muitos desafios que as empresas do setor devem superar diante da atual conjuntura e afirmou que o Fórum é uma oportunidade para que empresários possam se inteirar de novas perspectivas que os auxiliem na tomada de decisões em suas empresas.

Abrindo os trabalhos, o economista e fundador da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro, considerou crítica a situação do déficit fiscal no Brasil. De acordo com o especialista, a política de alta dos juros faz explodir a dívida pública e sacrifica o setor produtivo, tendo impacto direto no setor da construção civil.

Apresentando uma série de gráficos e dados econômicos durante a sua apresentação, Paulo Rabello descartou que a criação da uma nova CPMF seja capaz de cobrir o rombo do governo. A solução seria a contenção de gastos. “O governo deve aplicar um limitador para todos os itens de despesa”, afirmou.

Segundo o especialista, é preciso observar que as finanças não se restringem apenas ao déficit primário (receitas menos despesas correntes) que, agora, está estimado em cerca de R$ 70 bilhões. Também deve entrar na conta os encargos da dívida pública, o que já um rombo de R$ 530 bilhões.

Por isso, Paulo Rabello aponta que a política econômica deveria se inversa à que está sendo implementada. “Temos que inverter o processo. Hoje, acha-se que só os investimentos podem ser cortados. Os investimentos deviam ser a última rubrica a ser cortada em um país que já está em uma inclinação recessiva” reforçou.

Cenário exige adequações nas estratégias empresariais

Na segunda palestra do Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil, o CEO da Viver S.A., Bruno Laskowsky, destacou que diante da atual conjuntura econômica, as empresas do setor de Construção Civil estão focando na redução do prazo de entrega dos empreendimentos e dos níveis de distratos.

Neste sentido, a algumas construtoras têm utilizado o repasse antecipado do cliente ao banco no momento da venda financiada e não mais ao término da obra com a entrega das chaves. Isso evita casos em que o tomador não consegue migrar para o crédito bancário ou que desiste do imóvel no final da construção.

Quanto às estratégias de mercado, Laskowsky observou que há uma tendência de regionalização das operações por parte das grandes empresas do setor, que reduzem a sua atuação geográfica para concentrar os esforços em mercados que tenham mais familiaridade e em segmentos de maior expertise.

Além das palestras, os participantes puderam fazer perguntas e debater com os especialistas. O Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil foi realizado pelo Sinduscon-MG Jovem, sendo apresentado pela Agência do Crédito com o apoio da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

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