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Agenda ESG vira diferencial competitivo para empresas da construção pesada

Carla Fialho/Interface Comunicação

Em seminário realizado pelo  Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (SICEPOT-MG), no terceiro dia do Construa Minas 2024, foram abordados os  impactos da  Agenda ESG na construção pesada e  como os conceitos de equidade, inclusão e diversidade estão interferindo nos  processos licitatórios, conforme a nova Lei de Licitações.

As diretoras da Essentia Consultoria em Sustentabilidade, Denise Baumgratz e Katia Rocha, destacaram que a incorporação do ESG (Environmental, Social and Governance) -sigla que se refere às áreas  ambiental, social e de governança -, ao Planejamento Estratégico e à Cultura das Organizações representa uma vantagem competitiva.

Segundo ela, em um primeiro momento, as boas práticas são essenciais para proteger os negócios dos riscos. Mas vai além disso. “O comprometimento das Organizações com o desenvolvimento sustentável alavanca oportunidades e gera mais valor”,  analisou.  Denise ressaltou também que as empresas devem se apropriar do conceito de “cidadã”, já que elas têm responsabilidade social e ambiental perante as pessoas.

Para Kátia Rocha, as práticas ESG devem fazer parte da cultura da Organização. “Se as conversas sobre o tema não surgem no dia a dia da empresa, teremos voos curtos”, comparou. Mas como incluir os temas relacionados ao ambiental, social e governança na cultura organizacional?

Segundo ela, o processo pode começar pela identificação de ações que já ocorrem nessas áreas. É importante também fazer com que o ESG seja disseminado entre as pessoas. “Quando os profissionais se conectam à  estratégia de ‘ser sustentável’, são maiores os resultados e as oportunidades. Uma cultura que valoriza os princípios ESG aumenta a confiança dos públicos de interesse de uma organização”, resumiu.

Ordenamento Jurídico

Em sua palestra, a advogada Luciana Guedes, assessora jurídica do SICEPOT-MG, discorreu sobre a equidade, diversidade e inclusão presentes em um arcabouço de leis, desde as que protegem o trabalho da mulher e do jovem, aos PCDs (Pessoas com Deficiência), dentro do Ordenamento  Jurídico Trabalhista e na prática empresarial. Para ela, as empresas devem estar atentas e atualizadas sobre as legislações, pois isso é mais que um diferencial competitivo.

Hoje, de acordo com a advogada, a Lei 14.133, ou nova Lei de Licitações, já traz artigos em que ficam proibidas de concorrer em processos licitatórios, por exemplo, empresas que  exploram o trabalho infantil ou oferecem condições de trabalho análogo à escravidão. Enfatizou ainda que grandes empresas públicas contratantes já incluíram entre seus critérios de desempate em licitações empresas que promovem a equidade de homens e mulheres no ambiente profissional e cumprem a cota de PCDs. 

A presidente do Conselho de Administração da CIMCOP S/A Engenharia e Construções, Roberta Miraglia de Souza Martins, falou sobre como a empresa vem implementando os conceitos de equidade, diversidade e inclusão em sua prática diária. “Embora a construção pesada seja uma área muito machista ainda, estamos colhendo bons resultados com a cultura  ‘Repensar, desaprender e aprender’, afirmou.

Segundo Roberta, uma das apostas da CIMCOP é o Programa Pluralidades. “Um dos problemas comuns em muitas empresas é incluir, por exemplo, as pessoas 50+, devido a um conflito de gerações. Mas mostramos como os dois lados podem ganhar com a troca de suas experiências”, disse. Ela afirmou que a empresa também promove a  equidade de gênero e incentiva o trabalho das pessoas LGBTQI. “É comprovado que as empresas mais diversas e inclusivas conquistam os melhores resultados”, concluiu.