Carla Fialho/Interface Comunicação
A Construção Civil pode sofrer um apagão de mão de obra. Para enfrentar este e outros problemas e impulsionar a produtividade no setor, é preciso apostar cada vez mais em inovações e novas tecnologias. Essas foram as soluções propostas por palestrantes e participantes do seminário Inovação, Tecnologia e Melhoria da Produtividade para a Construção Civil, realizado pelo Guia de Fornecedores, na quinta-feira, 22, dentro da programação do Construa Minas 2024, principal evento da indústria da Construção Civil do Estado.
Fundador e CEO da PerfilLine e MevaLine, o empresário Getúlio Fonseca defendeu que o futuro da Construção Civil é a industrialização. Mostrou como novas tecnologias adotadas pelas empresas, como os novos sistemas construtivos, estão impactando a produtividade, reduzindo os custos e a necessidade de mão de obra.
“Uma das nossas tecnologias é o monolítico cruzado, que visa a automação dos processos. Com ferramentas tradicionais, uma construtora precisa, por exemplo, de 40 pessoas para construir dois apartamentos, por dia. Nós conseguimos atingir a mesma meta com 12 trabalhadores. Isso resulta em um ganho maior, entregando um serviço de qualidade ao cliente ”, comparou.
O engenheiro Igor Bolsanello destacou soluções inovadoras da ADS Tigre, como os tubos corrugados de polietileno de alta densidade, que estão auxiliando a expansão da Construção Civil sustentável. “Os tubos, usados para drenagem pluvial, esgotamento sanitário e mineração, têm grandes vantagens, a economia já começa na instalação, que pode levar apenas duas horas, enquanto o modelo tradicional de concreto leva 4 horas. Com isso, uma obra que poderia demorar 2 anos, pode terminar em apenas 6 meses”, analisou.
Outra tecnologia apresentada durante o seminário foi a fôrma de alumínio. O engenheiro Marcus Palanca ressaltou que, embora seja uma velha conhecida na Construção Civil, a ferramenta continua inovadora, no Brasil, e apresenta grande vantagem competitiva no mercado imobiliário. “Mais de 90% de nossas obras ainda são de estrutura e concreto armado. Significa que as fôrmas, em um país como o nosso, ainda vão demorar muito para deixarem de ser inovadoras. Ainda não esgotamos todas as possibilidades de soluções construtivas que temos”, explicou.
BIM
Diretor da divisão de estrutura da Trimble, Carlos Costa descreveu um cenário preocupante na Construção Civil: o setor já responde por 40% da emissão de gás carbônico, tem milhões de reais em obras paralisadas e mais de 70% das empresas já não estão conseguindo contratar mão de obra. Para superar esses desafios, ressaltou ele, o caminho é a industrialização. Nesse sentido, a grande aposta é o BIM, uma solução inovadora e ágil. De acordo com o executivo, o BIM promove grandes avanços e auxilia a construção inteligente, com mudanças em pessoas, tecnologias e processos, estando conectado ao chão de fábrica, ao canteiro de obras e às novas tendências da engenharia.
Uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae, o Construa Minas 2024 tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.