Magali Simone de Oliveira/Interface Comunicação
Instalações antigas, irregulares e precárias, falta de manutenção e a utilização de equipamentos elétricos irregulares estão entre as principais causas dos incêndios provocados por problemas relacionados à eletricidade no Brasil. Boa parte dos cuidados que devem ser adotados para se evitar este tipo de problema foram apresentados pelo presidente da AMEI, Gustavo Antônio da Silva, durante a palestra “Elétrica na prevenção de incêndios”, ministrada no dia 23 de agosto, do 2º Seminário de Engenharia de Incêndio, parte da programação do último dia do Construa Minas 2024.
Professor universitário, Gustavo Silva apresentou as normas técnicas necessárias à adoção de procedimentos e dos equipamentos e cuidados que devem ser adotados para garantir a prevenção de incêndios das residências aos estabelecimentos industriais. Ele ainda destacou a importância de se conscientizar os clientes sobre a necessidade de se seguir as recomendações do projeto de prevenção de incêndios.
“Tem sempre um cliente que conhece um eletricista, o famoso Zé Faísca, que aconselha a não seguir o projeto, que diz que pode trocar o equipamento X pelo Y, que isso vai reduzir os custos da obra. As gambiarras são uma das causas de sempre escutarmos que incêndios são causados por problemas elétricos”, afirmou.
A gravidade das consequências da contratação de profissionais não capacitados e da utilização de materiais inadequados na implantação e manutenção de redes elétricas foi comprovada por dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), apresentados por Silva. Segundo o palestrante, entre 2012 e 2023, foram registrados 874 incêndios em todo o país causados por sobrecarga elétrica. Também foram contabilizadas 55 mortes e graves danos a residências e estabelecimentos comerciais, indústrias e outros tipos de edificação em que ocorreram essas tragédias. “Muitas vezes, mesmo antes da finalização da perícia, as falhas elétricas são apontadas como causas de incêndios no país”, afirmou.
Manutenção
A falta de manutenção e da atualização da rede elétrica foi outro problema recorrente destacado por Silva. O presidente da AMEI lembrou que o uso de equipamentos como o “benjamim” e da “tomada universal” podem ampliar os riscos de incêndio.
“Há 20 anos, não existiam todos os equipamentos elétricos que usamos hoje como o air fryer, por exemplo, mas muitas casas continuam tendo instalações elétricas antigas. É preciso lembrar que instalações elétricas têm vida útil”, afirmou.
Carros elétricos
A iminência do crescimento da adoção de carros elétricos revela a necessidade urgente de que os profissionais da engenharia de incêndios se dediquem à pesquisa sobre os cuidados necessários para a prevenção de incêndios.
“Desenvolver trabalhos de pós-graduação, doutorado sobre este tema é nosso dever de casa. Se já são comuns os incêndios em veículos por combustão como é hoje, imagina o que pode acontecer no caso de automóveis que tenham como combustíveis a eletricidade?”, questionou.
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