Cristiane Miranda/Interface Comunicação
Chamados popularmente de “chuveiros automáticos”, o sprinkler é um equipamento fundamental para o controle e extinção de incêndios. Embora possam reduzir em até 98% o risco de morte e de prejuízos materiais significativos, a falta de conhecimento sobre o uso adequado desse dispositivo provoca falhas no projeto que podem prejudicar o controle eficaz do fogo. A avaliação foi feita por Maurício José Guimarães Torres, especialista em Engenharia de Incêndio. Ele ministrou a palestra “Projeto e Inspeção em Sprinkler”, no dia 23 de agosto, data do encerramento do 2º Seminário de Engenharia de Incêndio da AMEI, no Construa Minas 2024, promovido em Belo Horizonte.
“Em edificações com dez sprinklers, 98% dos incêndios são controlados, naquelas em que são instalados cinco sprinklers, o percentual de controle de incêndios é de 95%. As estatísticas também revelam que em 96% das vezes o controle e extinção de incêndios são eficazes nas edificações com sprinklers”, afirmou Torres, que é mestrando em Ambientes Construídos pela UFMG, e também fundador e CEO da Conceito Engenharia.
Segundo o especialista, as pesquisas sobre a utilização desse dispositivo também evidenciaram que nos 4% de casos em que o uso do equipamento não foi suficiente para extinguir o incêndio, foram constatadas falhas nos projetos. Segundo Torres, os problemas detectados foram provocados por erros no cálculo do volume de água necessário para o funcionamento do dispositivo, na indicação de sistemas inadequados para a edificação ou ainda do desconhecimento das normas que regulamentam a utilização deste equipamento.
“O problema é que não existe uma norma única que possa ser considerada diretriz para a elaboração de projetos quando o assunto é sprinkler. No Brasil, essas normas estão fracionadas. Então, o engenheiro deve não só conhecer bem as especificações do uso do sprinkler, mas também deve saber quais legislações existem para utilizá-las de forma correta em seus projetos”, afirmou.
Variedade
Durante aproximadamente uma hora, Torres discorreu, de forma didática, sobre as características dos diversos tipos de sprinklers, as formas corretas de acionamento do equipamento e as peculiaridades dos sistemas de implantação. Segundo o palestrante, atualmente, existem mais de 120 tipos de sprinklers, o que exige dos engenheiros de incêndio conhecimento suficiente para discernir qual modelo é o adequado para o projeto de seu cliente. “É preciso estudar bastante o assunto para evitar a indicação de projetos inadequados ” afirmou.
O palestrante também alertou sobre a necessidade de cuidado nas inspeções que devem ser promovidas periodicamente para garantir a manutenção e adequação do projeto. “Não temos no Brasil uma cultura de inspeção. Temos que nos preocupar com isso também. Embora os sprinklers sejam muito estudados no exterior, onde encontramos cursos de pós-graduação neste tema, aqui temos ainda que percorrer um importante caminho de estudos sobre este tema”, afirmou.
Benefícios
Além de potencializar a segurança das construções, o uso dos sprinklers também pode reduzir significativamente os gastos com as seguradoras. “Nos edifícios equipados com sprinklers o preço do seguro é em média 70% mais barato que aqueles que não incluam este equipamento”, afirmou.
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O Construa Minas 2024 é uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae. Tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.