Carolina Moura/Interface Comunicação
Como parte da programação do terceiro dia de Construa Minas 2024, o SIPROCIMG (Sindicato da Indústria da Construção de Minas Gerais) promoveu nesta quarta-feira (21/08), o “Seminário Técnico em Sustentabilidade e Tendências”, com foco em soluções sustentáveis para a Construção Civil. O evento, reuniu especialistas e profissionais para discutir inovações em acabamentos e a aplicação de coprodutos da mineração na Construção Civil.
Concreto Aparente: Modernidade e Sustentabilidade
A engenheira civil e de segurança do trabalho, Tais Coimbra, abriu o seminário com uma palestra sobre o uso do concreto aparente e suas soluções alternativas. Segundo ela, o concreto aparente se tornou uma tendência crescente, especialmente em projetos de alto padrão. “Nas revistas, até mesmo em uma pesquisa simples no Google, o concreto é a maior tendência deste ano e continuará sendo no próximo. A Casa Cor, por exemplo, que é o evento de design mais importante do Brasil, escolheu um espaço todo em concreto parede para este ano, o que não foi uma escolha aleatória, mas sim uma estratégia de marketing para seguir essa tendência”, destacou Tais.
Apesar do custo inicial elevado, Tais explicou que o concreto aparente é uma escolha inteligente a longo prazo. “O concreto aparente pode ser até 20% mais caro na execução, mas, em termos de durabilidade, ele supera outras opções, como o porcelanato, que degrada com o tempo. O concreto tem uma vida útil que pode durar décadas, até mesmo séculos, o que o torna uma escolha sustentável e moderna”, afirmou.
Além disso, a engenheira apresentou alternativas como o microconcreto, que oferece soluções versáteis e um custo-benefício atraente.
Inovação Verde: Transformando Resíduos em Oportunidades
O seminário também contou com a participação de Luciano dos Reis Bento, engenheiro especialista da Agera, empresa do Grupo Vale. Luciano mostrou a inovadora técnica desenvolvida pela empresa para transformar coprodutos da mineração em areia de alta qualidade para a Construção Civil. Segundo ele, após sete anos de pesquisa e um investimento de 50 milhões de reais, a Vale conseguiu desenvolver um processo que reaproveita resíduos da extração de minério de ferro produzindo areia de qualidade comparável à areia natural.
“Cada tonelada de areia produzida representa uma tonelada a menos de rejeito sendo disposto em pilhas ou barragens. Isso não só reduz o impacto ambiental, mas também cria uma nova fonte de receita para a empresa”, explicou Luciano. A técnica já é utilizada na usina de beneficiamento da mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), e a areia resultante está sendo comercializada para diversos estados do Brasil, principalmente para uso em concretos, argamassas e artefatos de cimento.
Luciano destacou ainda que a areia produzida pela Vale passou por rigorosos testes em universidades e laboratórios especializados, garantindo sua qualidade e segurança para uso na Construção Civil. “Essa inovação não só reduz o impacto ambiental, como também proporciona um novo material sustentável para o mercado da Construção. É uma grande vitória para a sustentabilidade na mineração”, afirmou.
O debate promoveu importantes discussões para o setor da Construção Civil, salientando como a união entre tecnologia e sustentabilidade pode transformar a indústria e criar novas oportunidades para um futuro mais verde.
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O Construa Minas 2024 é uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae. Tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.