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A queda do PIB da Construção Civil em Minas Gerais

Depois de registrar queda de 4,9% em 2014, a primeira depois de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil em Minas Gerais iniciou 2015 em baixa e as expectativas sinalizam que o resultado será mesmo negativo este ano. De acordo com os dados divulgados pela Fundação João Pinheiro, o PIB do setor no estado caiu em todas as suas bases de comparação. A análise do 1º trimestre de 2015 em relação à igual período do ano anterior demonstrou redução de 7,2% nas atividades do setor. Já a comparação dos três primeiros meses de 2015 com o último trimestre de 2014 revelou queda de 0,5% e a taxa acumulada nos últimos quatro trimestres, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores, também foi negativa: -6,4%. Esses números refletem os efeitos dos desajustes do ambiente macroeconômico no setor. O cenário caracterizado pelos juros altos, pela inflação persistente e superior ao teto da meta, pelo enfraquecimento do mercado de trabalho e pelo baixo nível de confiança de empresários e consumidores posterga os investimentos tão necessários ao desenvolvimento, refletindo diretamente nas atividades da Construção. Para o País voltar a crescer é necessário primeiramente restabelecer a confiança dos agentes econômicos. Sem ela os novos investimentos continuarão sendo adiados e a geração de renda prejudicada. Os números do PIB da Construção no Brasil também não são animadores. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o setor, no País, apresentou retração de 4% em suas atividades na análise dos últimos quatro trimestres encerrados em março/15 em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. A alta de 1,1% no 1º trimestre de 2015 em relação aos últimos três meses de 2014 é vista com moderação. Já o primeiro trimestre de 2015, frente à igual período do ano passado, registrou queda de 2,9%. São números difíceis de serem compreendidos para um País tão carente das atividades e produtos do setor, especialmente quando se trata de infraestrutura, indispensável para a melhoria da produtividade e competitividade, pilares do desenvolvimento. Neste sentido, é positiva a sinalização dada pelo novo plano de concessões apresentado pelo Governo Federal, com previsão de investimentos de R$198,4 bilhões em infraestrutura nos próximos anos. Entretanto, ainda é cedo para confirmar se ele conseguirá reverter a confiança dos investidores. De toda forma, o referido Plano caminha na direção correta, que consiste em estimular investimentos em infraestrutura. E, por isso, espera-se que ele efetivamente consiga sair do papel. O País certamente colherá bons frutos para o seu desenvolvimento se isso acontecer. Daniel Furletti é economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG Ieda Maria Pereira Vasconcelos é assessora econômica do Sinduscon-MG