Destinados R$ 2,173 bi para MG. MARX FERNANDES. Os financiamentos habitacionais contratados através da Caixa Econômica Federal (Caixa) de janeiro a julho em Minas Gerais atingiram R$ 2,173 bilhões, volume que superou em 68,7% igual intervalo de 2008, quando o resultado foi de R$ 1,288 bilhão. O montante correspondeu a 52,177 mil operações no Estado. De acordo com a projeção da instituição financeira, os desembolsos de crédito para a casa própria devem superar os R$ 3 bilhões previstos para 2009. Do valor total contratado no período de janeiro a julho deste ano no Estado, R$ 1,096 bilhão partiu de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), superando em 47% igual intervalo de 2008, quando o valor chegou a R$ 747 milhões. As contratações atingiram 20,953 mil operações. O restante, ou R$ 1,077 bilhão, é proveniente de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O montante ficou 101% acima do intervalo de janeiro a julho do ano passado (R$ 535 milhões) e foi responsável por 31,224 mil unidades habitacionais no Estado. No país, a Caixa financiou 403,851 mil moradias, com recursos de R$ 20,269 bilhões de janeiro a julho. Do total, o FGTS foi responsável por 155,220 mil unidades habitacionais, com R$ 9,181 bilhões, enquanto o SBPE compreendeu 246,957 mil residências, somando R$ 10,780 bilhões no período. O banco espera atingir R$ 30 bilhões em financiamentos habitacionais neste ano e superar o recorde de 2008, quando o montante chegou a R$ 23 bilhões em contratações de crédito para a casa própria. No Estado, o valor atingiu R$ 2,5 bilhões no ano passado. De acordo com o gerente Regional da Caixa em Minas, Marivaldo Araújo Ribeiro, a entrada do programa do governo federal “Minha casa, minha vida” mudou o quadro das contratações. “A utilização do FGTS, cujo foco são as classes de renda mais baixas, aumentou e ultrapassou em Minas o montante do SPBE, que é mais utilizado pela classe média”, explicou. Até junho, as contratações com recursos da poupança estavam mais aquecidas no Estado devido às facilidades para aquisição da casa própria implementadas pelos agentes financeiros que atuam no setor imobiliário. Projetos – Para o pacote habitacional da União, Ribeiro ressaltou que a expectativa é que até o final do ano o número de projetos e contratos aumente. Historicamente, a demanda geral no segundo semestre supera a primeira metade do ano. Com a entrada do programa governamental, o volume de contratações poderá ser ainda maior e em função disso a Caixa acredita que deverá ultrapassar os R$ 3 bilhões previstos para 2009 em crédito imobiliário no Estado. Minas Gerais possui projetos para a construção de 12,631 mil moradias, orçadas em R$ 708,078 milhões, que atenderão o programa habitacional do governo federal, conforme levantamento divulgado pela superintendência da Caixa em Minas. O maior volume, ou 9,139 mil residências, que demandarão aportes de R$ 532,5 milhões, está concentrado na faixa de três a dez salários mínimos. Os projetos estão divididos em contratados e em fase de estudos pelo banco estatal. Na faixa de renda de zero a três salários mínimos, a Caixa possui em estudo projetos no Estado para 2,295 mil habitações, que demandarão investimentos da ordem de R$ 105,191 milhões. O primeiro contrato para essa faixa de renda já foi assinado e prevê 288 unidades habitacionais em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em um empreendimento orçado em R$ 13,248 milhões. O plenário da Câmara deu início ontem à noite a discussão das emendas do Senado à Medida Provisória 460/09, que reduz tributos para as construtoras de imóveis no âmbito do programa “Minha casa, minha vida”. O relator, André Vargas (PT-PR), recomendou a aprovação de cinco das sete emendas, entre as quais a que permite o aproveitamento do chamado crédito-prêmio do IPI pelos exportadores. Até o fechamento desta edição, não as discussões ainda estavam em andamento.