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Arquiteto descarta a verticalização da área

Melhor seria revitalização dos acessos. MARX FERNANDES. A instalação de melhorias viárias para acesso à região da Pampulha seria a melhor forma de preservar o cartão postal da Capital e evitar uma possível especulação imobiliária no maior patrimônio histórico e turístico de Belo Horizonte, com a proximidade da Copa de 2014. Segundo o ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de Minas Gerais (IAB/MG) e professor da escola de Arquitetura da UFMG, Leonardo Castriota, a região não é favorável à verticalização. “Não precisamos de hotéis ou centros de entretenimento na Pampulha. O correto seria que as pessoas pudessem se deslocar mais rápido de qualquer parte da Capital para a região através de melhorias na acessibilidade com novas vias, ampliação da capacidade dos corredores existentes e transporte público de qualidade”, avaliou. Além disso, de acordo com ele, a Pampulha foi objeto de regulamentação, que garantiu a preservação de áreas. “Não será fácil abrir uma brecha para liberar a construção de edifícios próximos à orla da Lagoa, já que isso implicaria em mudanças na legislação atual”, explicou Castriota. O arquiteto ressaltou ainda que a área no entorno do Mineirão, onde a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) estaria analisando construções verticais acima dos padrões permitidos hoje, como hotéis e centros de entretenimento, não é favorável para este tipo de construções, além de poder prejudicar pousos e decolagens no Aeroporto da Pampulha. “Acredito que no máximo a Copa trará um reforço da verticalização no Vetor Norte da Capital, mais próximo à Linha Verde, mas não propriamente na Pampulha, que deve ser preservada”, explicou. Segundo o presidente do Conselho das Associações de Moradores da Região da Pampulha (Conapam), José de Matos, haverá uma reunião em 15 dias para avaliar os possíveis riscos que a Copa traria para a região, como brechas para verticalização. “Não é nosso interesse que essa especulação imobiliária ocorra”, ressaltou. Já para especialistas, empresários e representantes dos setores da construção civil e da venda de imóveis em Belo Horizonte, a Copa poderá dar mais fôlego para a especulação imobiliária que visa a verticalização da Pampulha. De acordo com eles, a necessidade da implantação de ua infraestrutura adequada ao evento, principalmente nas proximidades do Mineirão, com a instalação de novas avenidas e hotéis, poderá flexibilizar a ocupação com a construção de edifícios residenciais. Segundo a PBH, ficou definido durante a 3ª Conferência Municipal de Políticas Urbanas realizada em agosto na Capital que redes hoteleiras, restaurantes e outros espaços de entretenimento poderão se instalar na Pampulha, para ampliar o turismo, lazer e cultura, pensando na demanda da Copa de 2014. Outra proposta aprovada foi a alteração dos padrões construtivos nas áreas do entorno do Mineirão, já que a legislação atual não permite prédios superiores a três andares em alguns pontos da região. Apesar das propostas, a PBH informou ainda que o interesse do Executivo municipal é preservar a orla da lagoa, reforçando que a verticalização da Pampulha estaria fora de cogitação.