Sinduscon – MG

Notícias

Home / Arquitetos de BH defendem projeto que altera Plano Diretor em nota técnica assinada por 106 profissionais

Arquitetos de BH defendem projeto que altera Plano Diretor em nota técnica assinada por 106 profissionais

Um grupo de 106 arquitetos de Belo Horizonte assinou uma nota técnica em defesa do projeto de lei 508/2023, que propõe alterações no mecanismo da outorga onerosa prevista no Plano Diretor da capital mineira. O documento destaca que o projeto não traz mudanças para o Plano Diretor, aprovado em 2019, mas sim para a Lei 11.216/2020, que regulamenta instrumentos de políticas urbanas da lei municipal.


A nota ressalta, ainda, que a Lei 11.216/2020 foi definida meses após a aprovação do Plano Diretor. Luiz Antônio Gazzi Macedo, um dos arquitetos que assinaram a nota, aponta a necessidade de revisão dos cálculos da outorga onerosa. Trata-se de valores que construtores terão que pagar para implantar projetos com área superior a uma vez a área do terreno, o que poderia inviabilizar o setor da construção. “O Plano Diretor foi aprovado em 2019 prevendo a outorga onerosa, mas sem definir o seu valor, que só foi definido posteriormente. Agora, com o projeto de lei em discussão, teremos a oportunidade de recalibrar esse valor”, explica Luiz.


Na avaliação do arquiteto, o PL é um importante mecanismo para resgatar o protagonismo de Belo Horizonte na atração de investimentos imobiliários. “Estamos perdendo recursos que poderiam vir para BH. É importante lembrar que o objetivo da outorga onerosa é garantir uma contrapartida justa para a cidade, o seu objetivo não será atingido se inviabilizar os empreendimentos que gerariam arrecadação”, ressalta.


O impacto disso já é sentido também na migração de construtoras para cidades da Região Metropolitana, como Nova Lima e Contagem. “Muitas empresas já se anteciparam e estão transferindo seus ativos para cidades vizinhas”, ressalta. A não adequação do valor da outorga onerosa pode implicar, ainda, em uma perda significativa do número de empregos na capital, já que o setor imobiliário está no ranking da geração de empregos, e na diminuição abrupta na representatividade do setor no PIB.


Os arquitetos ressaltam que a alegação de que o PL altera uma lei que foi debatida na Conferência Municipal de Política Urbana não procede, uma vez que a Lei 11.216/2020 não teve sua origem na conferência. A nota técnica dos arquitetos de Belo Horizonte em defesa do projeto de lei 508/2023 foi assinada por profissionais de renome na área e ressalta a importância da regulamentação da outorga onerosa para o desenvolvimento da cidade.