O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8-N) registrou, em fevereiro/17, alta de 4,10% na comparação com o mês anterior. Em janeiro a variação foi de 0,12%. De acordo com o Coordenador Sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti, o maior aumento do indicador de custo da construção neste mês foi devido ao incremento da mão de obra: “Em fevereiro, em função da nova Convenção Coletiva de Trabalho, o custo com a mão de obra cresceu 7,88%, justificando a maior alta do CUB/m². Os demais componentes do referido indicador de custos da construção permaneceram estáveis como o equipamento ou registram quedas, como o material (-0,38%) e a despesa administrativa (-0,83%)”.
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em janeiro era R$1.268,36 passou para R$1.320,42 em fevereiro. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A maior variação do custo com a mão de obra neste mês fez com que a sua participação aumentasse no custo total. Assim, em fevereiro, 56,48% do custo da construção corresponderam a mão de obra. Material respondeu por 39,42% e despesas administrativas e aluguel de equipamentos foram responsáveis por 4,10%. Em fevereiro/16 a mão de obra respondia por 52,26% do custo.
Para o coordenador do Sinduscon-MG apesar da alta observada em fevereiro, esta não é a tendência do CUB/m²: “Acreditamos que nos próximos meses o referido indicador voltará a sua tendência de maior estabilização. Sempre é bom lembrar que a inflação nacional, medida pelo IPCA/IBGE, sinaliza que encerrará este ano com alta inferior ao centro da meta inflacionária. Conforme a pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central, o IPCA/IBGE terminará 2017 com alta de 4,19%, inferior, portanto, ao centro da meta de inflação do País que é de 4,5%. Desta forma, não está no radar aumentos exagerados do custo setorial no transcorrer do ano 2017”, analisou Daniel Furletti.
Acumulado nos primeiros dois meses de 2017 – Nos primeiros dois meses deste ano, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) acumulou alta de 4,23%. Neste mesmo período o custo com material registrou queda de 0,09% e o custo com a mão de obra apresentou incremento de 7,88%.
Acumulado nos últimos 12 meses (março/16 – fevereiro/17): Nos últimos 12 meses o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 11,58%. Esse resultado refletiu elevações nos seguintes custos: 1,05% no material de construção, 20,60% na mão de obra, 9,10% na despesa administrativa e estabilidade no custo com aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: vidro liso transparente 4 mm (+13,67%), placa de gesso (+13,57%), placa cerâmica (+13,15%) e esquadria de correr (+11,11%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 3,87% em fevereiro/17, acumulando alta de 4,01% nos primeiros dois meses do ano e elevação de 11,07% nos últimos 12 meses (março/16 – fevereiro/17).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 189,74%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 155,94%.