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Bairro Santo Antônio está cada vez mais verticalizado

Localização e tranquilidade são os principais atrativos da região Ana Paula Machado Especial para O TEMPO O tradicional bairro Santo Antônio, na região Sul de Belo Horizonte, está mudando de cara. A valorização imobiliária chegou forte, e, nos últimos três anos, os terrenos no local ficaram 150% mais caros. O bairro, que antes era formado por casas e pequenos prédios, hoje já desperta interesse de grandes construtoras que fazem surgir empreendimentos verticais de alto luxo. O vice-presidente de incorporações do Sindicato da Habitação de Minas Gerais (Secovi), Evandro Negrão de Lima, afirmou que de 2005 para cá, com a abertura de crédito e a falta de terreno em regiões mais centrais que abrigam empreendimentos de alto padrão, bairros como o Santo Antônio se tornaram atrativos para as empresas. “Com isso, um terreno de mais de 800 metros quadrados passou a ser vendido a R$ 2.000 o metro quadrado, valor equivalente ao praticado em bairros como Sion e Anchieta”, afirmou Negrão de Lima. Além disso, a localização do bairro, próximo à Savassi, é um dos motivos pelo alto volume de novas construções no local. “Antes, o bairro era visto como um lugar essencialmente de casas. É um bairro tradicional de Belo Horizonte. E agora o panorama está mudando. Já existem grandes empreendimentos. Prédios cujo preço do metro quadrado é em torno de R$ 5.000”, afirmou Negrão de Lima. Seguindo essa tendência, a construtora Patrimar iniciou sua atuação no bairro. A empresa comprou um terreno de cerca de 2.000 metros quadrados para a construção de uma torre de 27 apartamentos de alto padrão no Santo Antônio. O diretor comercial da Patrimar, Marcelo Martins, explicou que, para esse empreendimento, a construtora investiu R$ 4 milhões na compra do terreno, que anteriormente abrigava uma pequena vila. “Era uma região que por muito tempo ficou esquecida na cidade, talvez por existir uma oferta maior em outros bairros mais centrais. Entretanto, com a expansão de Belo Horizonte, o Santo Antônio despertou o interesse de empresas especializadas em apartamentos de alto padrão. E esse não será o primeiro”, ressaltou Martins. Segundo ele, o empreendimento terá 27 apartamentos de quatro quartos com uma área útil de 175 metros quadrados. O Valor Geral de Vendas (VGV) é de R$ 22 milhões. “O prédio está com a estrutura concluída e a torre deverá ser entregue em setembro de 2010.” Atração Comercial. Além de empreendimentos residenciais, o bairro já recebeu novos investimentos em prédios comerciais. A Drogaria Araujo vai inaugurar uma nova loja no Santo Antônio. Sobe e desce dos preços no bairro – Os lotes próximos à praça Cairo têm preço até 50% menores do que em ruas mais próximas à região da Savassi. – A desvalorização ocorre pela proximidade de vilas e favelas e pelo relevo íngreme do local que dificulta a construção de prédios altos. – A onda de valorização dos preços dos terrenos no Santo Antônio acabou. A tendência é uma estabilidade nos valores, segundo o Secovi. – Os novos apartamentos tendem a ter preços melhores neste ano, segundo o Secovi Histórico Muitas casas têm status de patrimônio Obras mudam o panorama do bairro Santo Antônio Apesar da onda de verticalização, o bairro Santo Antônio ainda preserva a tranquilidade e a mineiridade da Belo Horizonte de anos atrás. A diretora da Céu-Lar Netimóveis, Adriana Magalhães, contou que há ruas no bairro que foram tombadas pela prefeitura pelo valor histórico do local . “O bairro é bem localizado e tradicional. Foi no Santo Antônio, por exemplo, que morou Guimarães Rosa, e sua casa está preservada. E parte da rua Congonhas também foi tombada porque lá foi gravado o filme Menino Maluquinho”, afirmou. Adriana Magalhães ressaltou ainda que toda a cultura do bairro deverá ser preservada nos novos empreendimentos. “Apesar de serem apartamentos de alto padrão, as construtoras tentam manter a sensação de bairro residencial. É isso que atrai os novos moradores.”