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Beneficiário do Bolsa Família vai ter curso profissionalizante

Emprego. São 200 mil vagas no Brasil, sendo 6.271em Minas Gerais; meta é empregar 45% das pessoas Capacitação será realizada em 14 unidades do Senai na Grande BH Nas próximas semanas, Lucimara Regina Soares, 21, vai começar um curso de auxiliar de escritório gratuito que pode lhe garantir seu primeiro emprego com carteira assinada. A qualificação faz parte do Plano Setorial de Qualificação e Inserção Profissional (Planseq Bolsa Família), desenvolvido pela primeira vez este ano pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com entidades da construção civil e escolas técnicas. O público-alvo são beneficiários do Bolsa Família em 20 regiões metropolitanas. Na Grande Belo Horizonte, a formação ficará a cargo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A meta é capacitar 200 mil pessoas em todo o país até o fim do ano em diversas funções na construção civil, desde cargos administrativos até operadores de máquinas. Pelo menos 45% das pessoas devem sair do curso com emprego garantido. Em Minas Gerais são 6.271 vagas. Cerca de um terço delas já foram preenchidas. Lucimara Soares foi uma das primeiras a fazer a inscrição. “É a minha chance de finalmente conseguir um emprego”, acredita. Ela recebe Bolsa Família e faz “bicos” como babá e faxineira, que lhe rendem no máximo R$ 150 por mês. “Nunca trabalhei fichada porque nunca fiz nenhum curso”, acredita. Para o gerente do Senai da Construção Paulo de Tarso, em Belo Horizonte, Nelson Boechat, o Planseq Bolsa Família é uma opção para quem tem pouca qualificação deixar de ser dependente do benefício oficial. “É a oportunidade de virar cidadão por meio da inserção no mercado de trabalho”, diz. Os beneficiários do Bolsa Família receberão carta do MTE com informações sobre o Planseq e podem fazer a inscrição nos postos do Serviço Nacional do Emprego (Sine). Em Minas Gerais serão formadas 314 turmas com 20 alunos cada, e as aulas serão em 14 unidades do Senai na região metropolitana de Belo Horizonte. O horário das aulas será definido de acordo com a preferência dos inscritos. Os cursos são gratuitos e a pessoa recebe vale-transporte e lanche. Por dois anos o Bolsa Família será mantido, independente de a pessoa conseguir ou não uma vaga no mercado de trabalho. Em alta – Crise não chegou ao setor A crise econômica ainda não atingiu a construção civil e o setor continua demandando mão-de-obra. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em janeiro foram abertas 11.324 vagas no país. “Ainda teremos demanda por um bom tempo, porque em 2008 houve muitos lançamentos e as construtoras têm que entregar as obras. Há também muitas obras públicas em andamento”, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Walter Bernardes de Castro. A situação pode ficar ainda melhor se o programa de estímulo à habitação, já anunciado pelo governo, sair do papel. Nesse cenário, formar e qualificar mão-de-obra torna-se cada vez mais necessário e várias construtoras já firmaram parceria com o MTE e o Senai para oferecer aulas práticas aos alunos do Planseq. Há chance de contratação após o término dos cursos. Bernardes ressalta que o setor hoje paga bons salários e oferece chance de crescimento profissional. “A pessoa pode enxergar nitidamente uma progressão na carreira”, garante. Para se ter uma ideia, o salário de pedreiro, carpinteiro, eletricista e encanador gira em torno de R$ 800. Para operador de máquinas o valor sobe para R$ 1.000. Mesmo funções menos qualificadas, como servente de pedreiro ou auxiliar de escritório, recebem mais que um salário mínimo. (APP e QA)