Após as eleições presidenciais, a expectativa é de que o governo adote medidas que favoreçam o retorno da confiança do mercado na economia brasileira. Alguns sinais, ainda que tímidos, caminham nessa direção. Por consequência, qualquer iniciativa que melhore o ambiente de negócios e promova a retomada de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá reflexos no setor imobiliário. Afirmação recorrente dos especialistas, o imóvel sempre é uma alternativa segura de investimento no médio e longo prazos. Desse modo, o retorno da credibilidade e previsibilidade da política macroeconômica brasileira vai fazer com que investidores e famílias retornem ao mercado. Afinal, a demanda e as bases para a concretização dos negócios seguem em expansão. O estudo “A inovação na construção civil no Brasil sob a ótica do consumidor”, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e coordenado pelo Instituto Sensus, mostrou que 14,1% dos entrevistados projetavam se mudar no curto prazo. Geralmente, mudanças de domicílio, quando planejadas, são em direção a um imóvel melhor ou para a casa própria. Ambos os movimentos impulsionam o mercado imobiliário. Como já abordamos em colunas anteriores, a demanda pela casa própria segue crescendo de forma oculta. Embora esteja com condições financeiras para adquirir um apartamento de forma responsável, boa parte das famílias segue aguardando uma maior definição quanto à economia nacional. Essa postura é decorrente de uma sensação de insegurança quanto à manutenção do emprego. Entretanto, dados divulgados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego em setembro ficou em 4,9%. Para alguns analistas, o atual patamar pode ser considerado uma situação de pleno emprego. Outro ponto positivo em relação ao emprego são os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar do menor ritmo, as vagas com carteira assinada continuam sendo geradas. Em setembro, o saldo fechou positivo em 123,8 mil vagas. Paralelamente, o acesso ao crédito imobiliário permanece em expansão. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Popança (Abecip), nos primeiros nove meses deste ano o volume acumulado de empréstimos destinados à compra ou construção de imóveis pelo Sistema Brasileiro de Popança e Empréstimo (SBPE) chegou a R$ 83,1 bilhões. Esse valor representa alta de 4,7% em relação ao mesmo período de 2013. Cabe lembrar, ainda, que segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, o rendimento do trabalhador registrou alta de 5,7% em 2013. Desse modo, temos pessoas empregadas, com renda crescente e acesso a crédito. Assim, não é difícil perceber que as famílias aguardam apenas uma sinalização positiva no âmbito macroeconômico para tomar a decisão de compra, principalmente de imóveis. Entretanto, quem segue atento ao mercado está percebendo que há excelentes oportunidades de negócios. Aqueles que procuraram a casa própria têm um leque de opções de preços, localizações e estilos. Já os investidores têm encontrado empreendimentos com grandes perspectivas de valorização. Portanto, quem está fechando contratos agora certamente vai ver seu imóvel se valorizar nos próximos anos. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Publicado em 09/11/2014 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)