Num período recente (2004-2008) vários fatores contribuíram para impulsionar as atividades do setor da construção. A maior oferta de crédito imobiliário, aliada à redução da taxa de juros dos financiamentos e a prazos maiores para pagamento, o aumento do emprego formal, o crescimento da renda familiar e a estabilidade macroeconômica são alguns deles. Nesse período o setor cresceu a uma taxa média nacional de 5,22%, deixando para trás a apatia observada por décadas. Em Minas Gerais obras como Pró-Acesso, Pró-MG, Linha Verde, duplicação da Avenida Antônio Carlos, Centro Administrativo do Governo do Estado, dentre outras, também ajudaram a impulsionar as atividades e contribuíram para que a construção mineira alcançasse crescimento superior ao nacional. Entre 2004-2008 o incremento médio observado nas atividades do setor no Estado foi de 7,21%. Entretanto, os números do fechamento de 2009 não serão robustos. Mesmo apresentando um processo de recuperação no transcorrer do ano, o resultado ficará longe da média observada em períodos recentes. A FGV Projetos estima que o crescimento do setor, no ano passado, foi de modesto 1%. Sem dúvida é um número pequeno, mas é positivo. Alguns fatores fizeram as nuvens cinzentas se dissiparem. O lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e a redução do IPI para alguns materiais de construção devem ser especialmente destacados. Hoje, o cenário que se observa é que a construção vivencia um processo de recuperação e fortalecimento de suas atividades e que bons ventos sopram sobre ela. O crescimento aguardado para o país nos próximos anos passa, necessariamente, pelo setor. A realização da Copa do Mundo em 2014, das Olimpíadas em 2016, o projeto de construção do trem de alta velocidade, o programa Minha Casa, Minha Vida, sem dúvida, apresentam-se como importantes janelas de oportunidades. Deve-se lembrar que a cadeia produtiva da construção é responsável por 9,2% do PIB e pela ocupação de mais de 10 milhões de pessoas. Portanto, se a economia nacional for comparada a uma estrada, podemos dizer que a construção civil será uma forte luz para iluminá-la. (*) Daniel Ítalo Richard Furletti é economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG; (**) Ieda Maria Pereira Vasconcelos é economista e assessora econômica do Sinduscon-MG.