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Brasil tem pelo menos 50 incêndios em hospitais por ano

Magali Simone de Oliveira/Interface Comunicação

  • “Como engenheiros especializados no combate e prevenção de incêndios, precisamos pensar em salvar vidas. É necessário fazermos mais do que o exigido pelas normas técnicas. Nos Hospitais estão pacientes com dificuldade ou impossibilidade de locomoção”, Maria Cristina Tolentino Pereira, vice-presidente da AMEI.

Garantir que a prevenção hospitalar a incêndios comece nos projetos de engenharia. Esta é uma das preocupações que os engenheiros dessa área devem ter, segundo a vice-presidente da AMEI, a CEO Maria Cristina Tolentino Pereira que ministrou a palestra “Prevenção de Incêndios em Hospitais”, no 2º Seminário de Engenharia de Incêndio, promovido em Belo Horizonte, no dia 23 de agosto, último dia do Construa Minas 2024.

Segundo a CEO, dados do Corpo de Bombeiros indicam que no Brasil, ocorrem anualmente, em média, cerca de 50 incêndios em hospitais. Só em Minas Gerais, segundo Maria Cristina, entre 2015 e 2022, foram registradas 32 ocorrências deste tipo. Mas a situação pode ser ainda mais grave, uma vez que não há um registro adequado dessas ocorrências”.

Causas

Entre as causas mais comuns de incêndio em hospitais estão as falhas no sistema de segurança, a infraestrutura inadequada de antigos prédios hospitalares e os equívocos de pacientes e funcionários que podem, inadvertidamente, causar tragédias. Segundo a CEO, um incêndio ocorrido em um hospital psiquiátrico da Guatemala, em 1960, que deixou 151 mortos, foi causado por um paciente que foi dormir, sem se lembrar de desligar o ferro de passar roupas. “Mas há situações, no entanto, em que os próprios funcionários podem ser responsáveis por este tipo de tragédia. Por isso, é importante o treinamento contínuo das brigadas de incêndio”, alertou.    .

O uso adequado dos procedimentos de Engenharia de Incêndio, no entanto, pode ajudar a redução significativa da ocorrência de mortes e de perdas materiais nos ambientes hospitalares. Além do conhecimento das normas técnicas de segurança, os engenheiros devem elaborar projetos que facilitem o acesso dos bombeiros às instalações hospitalares, agilizando o atendimento às vítimas, por meio da indicação de procedimentos para a instalação de dispositivos de segurança como extintores e hidrantes.

“Por isso é preciso conhecer bem as normas técnicas, tendo a preocupação de acompanhar as constantes mudanças nessas legislações. Mais que isso, precisamos ir além do preconizado por essas normas, uma vez que o zelo na segurança pode evitar muitas tragédias”, destacou.

Os responsáveis por projetos de incêndio também devem  conscientizar os clientes em relação à necessidade de treinamento de brigadas e da utilização e manutenção dos equipamentos de segurança. CEO e fundadora da Maria Cristina Projetos, a vice-presidente da AMEI ainda destacou a necessidade de os profissionais do setor serem rigorosos na implantação e manutenção dos processos voltados à segurança  em hospitais.

“É preciso conscientizar os clientes dos riscos. Boa parte dos pacientes hospitalares têm dificuldade de locomoção, o que pode prejudicar o salvamento. Precisamos usar nossos conhecimentos para evitar os incêndios e salvar vidas”, afirmou.

Apelo

Durante sua palestra, a vice-presidente da AMEI também fez um apelo aos participantes. Preocupada em aprimorar as estatísticas sobre a ocorrência de incêndios, ela pediu aos participantes que informem à Associação todo incêndio que tiverem notícia. Segundo Maria Cristina, a associação quer melhorar o registro de ocorrências em Minas e no país.

“É preciso que se façam estatísticas para que possamos trabalhar com mais fundamento. Percebemos que o planejamento é muito importante para o enfrentamento dos problemas de segurança nos hospitais. Por isso, pedimos aos associados e não associados que se unam à AMEI e nos ajudem a prevenir os incêndios”, argumentou.

O Construa Minas 2024 é uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae. Tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.