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Cautela não faz mal: Usiminas desiste de reajustar seu aço

Executivo diz que, sem a crise, teriam emplacado alta no preço do produto Zu Moreira Diante da crise financeira que mexe com o mercado global, a Usiminas descartou ontem um novo reajuste no preço do aço no mercado doméstico neste ano. “Se não tivesse essa crise, provavelmente a empresa teria emplacado um novo aumento”, afirmou Yoshiaki Nakamura, chefe-executivo da Nippon Steel, uma das controladoras da siderúrgica, que no primeiro semestre reajustou o preço do aço em 25%, em duas etapas. O executivo disse ainda que os investimentos de US$ 14,1 bilhões, programados até 2012, estão mantidos. “Não vamos reduzir a produção em função da crise porque nossos contratos são de longo prazo”, afirmou. A outra gigante do setor, ArcelorMittal Brasil, admitiu reduzir em 15% a produção, principalmente de aços longos. O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), no entanto, mantém a meta de produção de aço bruto para 2008: 37 milhões de toneladas, alta de 7,4% em relação ao ano passado. O setor siderúrgico nacional prevê investimentos de US$ 58,7 bilhões até 2015, elevando a capacidade produtiva de 41 milhões de toneladas anuais para 66,7 milhões de toneladas. A confiança da Usiminas em relação aos projetos, segundo Nakamura, se deve ao fato de que sua produção está voltada para o mercado interno, responsável por 87% do aço fabricado pela empresa, no semestre passado. O produto atende, sobretudo, a indústria automobilística, além da construção civil e do segmento eletroeletrônico. Montadoras. O executivo avalia que as férias coletivas dadas por montadoras como a Fiat e a GM não interferem nos contratos já firmados com as montadoras. “Vamos manter as entregas. Acredito que as férias coletivas sejam para adequar a produção à atual demanda”, disse, após participar ontem do Encontro Empresarial Brasil Japão em Minas, promovido pela Fiemg. Quedas. Diante do agravamento da crise internacional, o banco JPMorgan reduziu ontem suas projeções para o reajuste do minério de ferro, e estima queda de 10% ao ano entre 2009 e 2011. Antes, sua expectativa era de alta de 10% para o próximo ano. A celulose, no entanto, já enfrenta revés. Os preços por tonelada praticados no mercado já estão aproximadamente US$ 20 inferiores aos definidos em setembro, segundo disse ontem o diretor-presidente da Cenibra, Fernando Henrique Fonseca. Diante do desaquecimento da demanda mundial, a indústria brasileira de celulose revê planos de expansão da produção. Ontem, a Suzano anunciou uma redução de pelo menos 30 mil toneladas em sua capacidade de produção, decisão que deve ser seguida pela Votorantim Celulose e Papel (VCP) e pela Cenibra. A Aracruz também deve limitar a oferta. Expansão Crédito para a Cosipa mantido O chefe-diretor da JBic no Brasil, Takahiro Hosojima, disse ontem que os fundamentos da macroeconomia brasileira permitirão que o principal banco de fomento do Japão mantenha o volume do fluxo de crédito para o Brasil. “Nossa estimativa é que neste ano o volume de financiamento alcance US$ 1 bilhão”, disse, durante encontro empresarial no Fiemg Trade Center. Segundo Hosojima, cerca de US$ 550 milhões serão para financiar o plano de expansão da Cosipa, subsidiária da Usiminas. O prazo de pagamento é de dez anos, incluindo três anos de carência. Na semana passada, o Banco Nacional de Desenvolvimento de Econômico e Social (BNDES) anunciou empréstimo no valor de R$ 493 milhões à Usiminas para a compra do novo laminador de tirar a quente da usina, localizada em Cubatão (SP). O equipamento, usado para produção de bobinas de aço, deve começar a operar em 2011. Expansão. O novo laminador terá capacidade inicial de produção de 2,3 milhões de toneladas de bobinas por ano em uma primeira fase, mas poderá chegar a 4,7 milhões de toneladas por ano. O projeto deve gerar cerca de 400 novos empregos. Os investimentos na Cosipa fazem parte do plano de expansão da Usiminas, que prevê investimentos totais da ordem de US$ 14 bilhões para expandir a produção de aço líquido em 6,2 milhões de toneladas por ano até 2015 e a geração de mais de 3 mil empregos diretos. A maior parte dos investimentos será para a ampliação da usina de Ipatinga, no Vale do Aço. Estão previstos investimentos no Porto de Sepetiba (RJ) e a construção de uma nova usina de placas de aço no município de Santana do Paraíso (MG). (ZM)