Reunidos em Foz do Iguaçu, no Paraná, no 88o Encontro Nacional da Indústria da Construção, empresários do setor anunciaram um conjunto de medidas que será encampado pelas empresas vinculadas à Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em defesa da ética no relacionamento com o poder público.
Segundo o presidente da entidade, José Carlos Martins, a CBIC sempre esteve comprometida com a ética nas relações empresariais. “Encaramos de frente esse tema, com coragem, apoiados pela história da CBIC, onde este valor sempre foi básico. Alguns não seguiram o que recomendamos e hoje pagam o preço”, destacou o presidente durante abertura do evento, nesta quarta-feira (11) à noite. “Não podemos permitir que fatos deste tipo se repitam e, para isso, iniciamos uma grande campanha de conscientização e busca de instrumentos que esvaziem esta chaga do País”, completou.
Além do Guia de Compliance, a CBIC destacou outros documentos que servirão de apoio para as empresas, como uma leitura da lei anticorrupção, manuais de ética concorrencial e de avaliação de risco e a atualização do código de ética da entidade. No dia 15 de junho, a CBIC dará início a um ciclo de debates com órgãos ligados ao tema como Ministério Público Federal (MPF); o Tribunal de Contas da União (TCU); a Associação dos Juízes Federais (AJUFE); a Controladoria-Geral da União (CGU) para discutir formas de eliminar focos de corrupção e criar uma mobilização nacional.
Martins disse que além de contratos leoninos, projetos mal executados, atrasos de pagamento por parte do setor público, falta de transparência nas licitações estarão em discussão porque são apontados como os principais problemas pelas empresas. “A construção civil está sintonizada com as mudanças pelas quais passa o Brasil e dará sua contribuição com a firmeza que caracteriza sua atuação. E reafirmará seus valores fundamentais, reforçando os atributos que fazem a grandeza desse setor”, afirmou José Carlos.
Reformas
Também estiveram no foco dos discursos de abertura do 88o ENIC, a falta de capacidade de investimento do governo, o descontrole das contas públicas, as reformas trabalhista e previdência e a necessidade de resgatar a confiança do brasileiro para que a economia volte a crescer. “Na área trabalhista, os acordos negociados devem ter força de lei. A vontade soberana das partes deve prevalecer”, destacou o presidente da CBIC.
O encontro acontece num momento de completa mudança no país, com a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff. De acordo com Martins, a CBIC e suas associadas “apoiarão todo esforço empreendido para enfrentar o que for preciso, por mais desafiador que seja para o conjunto da sociedade”. O recado já foi diretamente transmitido ao vice-presidente Michel Temer, que deverá assumir esta semana o comando do país, se o Senado Federal confirmar a abertura do processo de impeachment da presidente. “A força do nosso setor está e sempre estará à disposição do Brasil”.
Fonte: CBIC