Fonte: CBIC
Com mais de 3 mil vidas perdidas no País em 24 horas e mais de 300 mil mortos por Covid-19 até o momento, o ‘Quintas da CBIC’ desta quinta-feira (25), sobre ‘Covid-19: vacinas, paralisação, o que vem pela frente?’. tratou o tema com uma visão limpa de ideologias e interesses.
Certo de que ‘não vamos baixar a guarda’ para a pandemia, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, reforçou a importância da necessidade do cuidado com os trabalhadores do setor e da empatia com o sofrimento humano.
A experiência dos empresários do Amazonas, diante da catástrofe provocada pela crise sanitária em Manaus/AM, foi compartilhada pelo presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, que teve ativa participação na coordenação das ações no estado.
Segundo Périco, buscando preservar a atividade, mas com foco nos trabalhadores e nos seus familiares, a indústria de Manaus estabeleceu rígido protocolo sanitário, que, apesar das contaminações, resultou em baixo índice de absenteísmo nas fábricas até dezembro. “As pessoas não se contaminaram dentro do ambiente de trabalho, mas nos seus ambientes sociais e familiares, pelo pouco cuidado que tiveram no período das eleições e das festas de final de ano”, pontuou.
Além disso, destacou que o trabalho da indústria esteve voltado à ajuda das equipes de saúde, com arrecadação e doação de mais de 200 toneladas de EPIs e 200 toneladas de alimentos em 2020. Neste ano, além da doação de 72 mil metros cúbicos de oxigênio em janeiro, os industriais já doaram mais 92 toneladas de alimentos.
Neste momento, a indústria de Manaus trabalha em duas frentes. Uma assistencialista, com ação social e massificação das informações para as medidas preventivas. A outra, de dignificação do indivíduo. “A pessoa que vive do assistencialismo não tem dignidade. A dignidade se dá com a renda”, diz o dirigente, ao mencionar que, diante da impossibilidade de recolocação imediata do trabalhador no seu posto anterior, serão abertas outras frentes de trabalho.
Com a segunda onda da Covid-19, o presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho, comunicou que a entidade retomou o ‘Levantamento e Atualização das Informações da Atividade da Construção face à Pandemia’ junto às empresas do setor e apresentou o mapa de como estão os fechamentos e as restrições da atividade da construção pelo País. A pesquisa semanal está disponível no site da CBIC e será atualizada, semanalmente, com explicações estado por estado.
Do ponto de vista trabalhista, Guedes informou que, para as obras que estão funcionando parcialmente ou totalmente fechadas, ainda não há nenhum tipo de amparo legal sobre suspensão do contrato de trabalho ou redução da jornada dos trabalhadores.
“A expectativa é de que, resolvido o problema da questão da fonte de financiamento dos benefícios que serão pagos, no auxílio às empresas que suspendam os contratos de trabalho ou reduzam a jornada, a publicação será imediata”, diz.
Informou ainda que, nos próximos dias, deve sair a reedição de várias disposições que foram editadas pela MP 927/2020, como: antecipação de férias e de feriado, banco de horas, afastamento não remunerado e, eventualmente, um diferimento do pagamento do FGTS. A CBIC participará de reunião com o Ministério da Economia para apresentar sugestões do setor para a reedição dessas medidas. “Enquanto isso, se tiver algum tipo de problema, as empresas podem buscar soluções por meio de convenções coletivas, por que há espeço na legislação”, sugere.
O executivo também mencionou a possibilidade de antecipação de feriados por meio de decretos estaduais e municipais, como no Rio de Janeiro e em São Paulo, com exceção do setor da construção, atividade considerada essencial.
O presidente José Carlos Martins deu ciência de que a CBIC se reunirá amanhã (26) com representantes dos Serviços Sociais da Construção (Seconcis) para discutir a possiblidade dos Seconcis disponibilizarem suas instalações para ajudar nas vacinações.
Com o avanço das vacinas no país nos próximos dias, Martins reforçou a importância de o setor não desistir dos cuidados, da cautela, do trato correto com os trabalhadores, com as famílias e amigos, cobrando para que todos se cuidem, porque isso logo vai passar. “Com a chegada das vacinas em larga escala, daqui a 60 dias o país pode começar a ‘respirar’. Vamos produzir e fazer com que o país prospere”, disse.
A presidente da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC, Ana Claudia Gomes, reforçou a importância das lideranças e dos empresários junto à sua força de trabalho, para que estejam à frente do processo de continuidade do cumprimento dos protocolos disponíveis na CBIC.
Lembrou que o coronavírus é um inimigo que se vence com distanciamento, água e sabão. “A indústria da construção apresentou um exemplo maravilhoso de cuidado com o entorno das obras, disseminando informação, distribuindo máscara, álcool em gel, sabão e kits de higiene”, salientou, mencionando também a importância da manutenção do trabalho remoto.
“Não podemos baixar a guarda, precisamos proteger a vida dos trabalhadores e seus empregos, na medida em que, sendo uma indústria responsável, continuaremos a ter permissão para trabalhar e garantir esses empregos”.
Ao mencionar a campanha nacional da CBIC ‘Construção contra o coronavírus – Não vamos baixar a guarda’, que produziu máscaras de proteção facial e adesivos para capacete para serem distribuídos em todo o País, Ana Claudia Gomes também ressaltou que a entidade continua mapeando as boas práticas do setor e vai estimular os estados que mais estão trabalhando a questão. A ideia é ver como as empresas continuam mantendo a campanha ativa dentro dos canteiros de obras. “O grande recado é ‘não podemos baixar a guarda’ e acreditar que precisamos continuar garantindo a vida da nossa força de trabalho”.
Martins aproveitou para reforçar a relevância da página de ‘Construção na Pandemia – Boas Práticas’ da CBIC, que voltou ao ar nesta quinta-feira (25), pedindo que todos interajam e se inspirem, compartilhando suas ações.
O vice-presidente da região Norte, Alex Dias Carvalho, reforçou que a campanha atingiu 57 empresas, com 325 obras espalhadas no estado e 8.580 trabalhadores. Segundo ele, 100% dos empresários estavam adotando todas as medidas de reforço de higiene e 98% disseram que em caso de suspeita o trabalhador foi imediatamente afastado.
“Nos sentimos inspirados pela ação da CBIC para conscientizar o indivíduo sobre a importância de proteger o coletivo e, neste momento de lockdown, nos dá segurança para pleitear o retorno das atividades no estado”.
A iniciativa da CBIC integra o projeto ‘Elaboração e atualização de materiais orientativos para a indústria da construção’, da CPRT, e o Mapeamento de Boas Práticas em Responsabilidade Social no setor da construção durante a pandemia do coronavírus, dentro do ‘Projeto Responsabilidade Social e a Valorização do Trabalhador’, da CRS, em correalização com Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).
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‘Quintas da CBIC’ sobre Covid-19: vacinas, paralisação, o que vem pela frente?