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CBIC reforça papel da construção na transição para economia de baixo carbono

Evento durante a COP30 reuniu empresários de diversos setores em diálogo sobre como reduzir emissões de carbono 

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, participou nesta quarta-feira (12) do Diálogo Empresarial SB COP para a Economia de Baixo Carbono, realizado em Belém, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). Para Correia, a descarbonização começa logo no projeto, com a escolha correta de materiais, eficiência energética e gestão de resíduos.

“Simples iniciativas no projeto podem reduzir drasticamente o impacto ambiental de uma edificação. Reduzir emissões não significa encarecer a construção. Significa projetar melhor, otimizar recursos e eliminar desperdícios”, afirma Correia, que é vice-presidente do grupo de trabalho Cidades Sustentáveis da SB COP.

Sustainable Business COP (SB COP) reúne empresas de 60 países e busca fortalecer o papel do setor privado nas negociações globais sobre mudanças climáticas. Em setembro, o grupo enviou ao governo brasileiro documento com 23 prioridades para acelerar o cumprimento das metas climáticas.

Parcerias e certificação

Em 2022, a CBIC firmou parceria com a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), braço do Banco Mundial, para estimular a descarbonização e ampliar a difusão da certificação EDGE (Excelência em Design para Maior Eficiência, também na sigla em inglês) no Brasil.

A certificação EDGE é apoiada em um software gratuito que identifica soluções econômicas para projetar edifícios com menor impacto ambiental. Para obter o selo, o projeto deve alcançar redução mínima de 20% no consumo de energia elétrica, água e energia embutida nos materiais em comparação com uma construção convencional.

No âmbito da parceria, a IFC e a CBIC promovem treinamentos virtuais para gestores, com o objetivo de ampliar a capacidade de credenciar edifícios ecoeficientes e facilitar o acesso à certificação, inclusive entre pequenas e médias empresas. A IFC também dá suporte na avaliação de oportunidades de mercado para edifícios verdes no país.

A CBIC aponta ainda a CECarbon, plataforma criada pelo Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP, como exemplo de ferramenta que auxilia construtoras a medir o desempenho ambiental desde o planejamento. Dados da CECarbon indicam que as emissões médias da construção de edifícios no Brasil têm performance relativamente favorável em comparação com referências internacionais.

“O processo de certificação incentiva práticas mais sustentáveis no setor através da promoção de novos modelos que visam reduzir o consumo de energia, incentivar o uso adequado da água, garantir o tratamento correto dos resíduos sólidos e minimizar a utilização de insumos naturais”, explica Nilson Sarti, vice-presidente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CBIC.

Sarti ressalta, porém, que o desafio hoje é ampliar a escala dessas práticas: formar mão de obra, ajustar políticas públicas e criar mecanismos de financiamento que viabilizem a difusão dos projetos verdes em larga escala.

“O setor da construção é parte do problema, mas também da solução climática. Reduzir emissões é um passo estratégico para garantir a competitividade do país nos próximos anos. Ao reduzir emissões, o setor da construção contribui diretamente para a saúde pública e para o bem-estar das populações urbanas”, diz Sarti.