Brasília – O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, classificou de “loucura” a idéia de se vincular a liberação de crédito bancário à garantia de manutenção dos empregos. A proposta tem sido defendida, principalmente, pelas maiores centrais sindicais do país. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique Silva, por exemplo, declarou esta semana que os contratos de financiamentos às empresas, concedidos pelos bancos públicos, deveriam ter uma cláusula pela qual as empresas tomadoras dos empréstimos se comprometeriam a não demitir. “Acho essa idéia da CUT uma loucura e não terá apoio do nosso setor, temos que ser radicalmente contra isso”, afirmou Simão, durante entrevista coletiva realizada ontem em Brasília, em que foi feito um balanço do setor de construção civil em 2008. De acordo com Simão, em 2009, o setor da construção civil precisará muito da ajuda do crédito bancário. Ele afirmou que não é possível pensar agora em alternativas como essa das centrais que poderá engessar ainda mais o crédito. “Emprego se garante com garantia de investimentos”, afirmou. O empresário afirmou que, no ano que vem, haverá uma retração na oferta de empregos, mas não precisou números. De janeiro a outubro deste ano, o setor bateu recorde na oferta de novos empregos já que nesse período foram criadas 303 mil novas vagas formais nas empresas de construção civil. Neste final de ano, Simão afirmou que haverá mais demissões, em parte influenciado pela sazonalidade que atinge todos os anos o mercado de trabalho e, em parte, agravado pela crise econômica financeira. (AE)