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Cerâmica Vermelha – Tradição que desafia a concorrência com produtos inovadores

Diversos profissionais da área da Construção Civil participaram, na manhã desta segunda-feira, dia 16 de agosto, da palestra de tema: “Cerâmica Vermelha – Uma Solução Atemporal” proferida pelo especialista em Auditoria em Alvenaria Sustentável e em Eficiência Energética, Emerson Dias. O evento integra a programação do primeiro dia do Construa Minas 2024, evento idealizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Sindicato da Indústria Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

O palestrante realizou uma ampla explanação sobre o segmento e iniciou sua fala contando a história da cerâmica, abordando aspectos da atualidade e apontando caminhos para o futuro do setor.  “A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Pesquisas apontam que ela era produzida há cerca de 15 mil anos. No Brasil, tem seus primeiros registros na Ilha de Marajó (PA), a partir da cultura indígena que floresceu no local”, explica.

Emerson Dias destacou ainda que arqueólogos identificaram recentemente os destroços do que há 7,2 mil anos foram casas e depósitos para armazenamento de alimentos no vale do Jordão, em Israel. “A descoberta foi particularmente interessante porque os tijolos das construções foram feitos com lama seca — material que se deteriora facilmente”, completa.

Dados atuais – Segundo dados da Associação Nacional da Indústria da Cerâmica (Anicer), atualmente existem 5.578 empresas ceramistas ou de olarias no Brasil, juntas, elas produzem 2.261.565 telhas, 5.896.037 blocos e 470 mil acessórios por ano. Há vários tipos de produtos cerâmicos, entre eles, blocos, telhas, revestimentos. Os blocos cerâmicos são subdivididos em estrutural e de vedação.

O palestrante relatou ainda que ultimamente existem poucos lugares que ainda fabricam tijolos de cerâmica de maneira artesanal.  Na atualidade, o setor é caracterizado por unidades fabris automatizadas, gestão eficiente de minerais, sistemas inteligentes, gestão efetiva de produção, além disso, em alguns lugares, a robotização já é uma realidade.

Como resultados dessa modernização, os produtos finais têm mais qualidade, como por exemplo, maior conformidade dimensional e qualidade comprovada por certificados como a PSQ/BC e PSQ/TC, maior produtividade, além de segurança e conforto para quem trabalha na linha de produção, construções de baixo custo e soluções que garantem segurança, conforto e produtividade. “Atualmente o setor possui soluções em alta tecnologia para construir com qualidade e rapidez. “

Entre as inovações, há uma construção destinada ao Programa Minha Casa Minha Vida, que fica pronta em seis dias. Ela tem dois quartos, sala, cozinha e um banheiro e um custo de R$ 90 mil. “No primeiro dia, se constrói o radier; no segundo a alvenaria; no terceiro dia, a laje e oitão; no quarto dia a estrutura metálica e o gesso; no quinto dia os pisos e os revestimentos e no sexto dia a casa está pronta”, detalhou. Para isso, é utilizado alvenaria estrutural.

Emerson Dias, ressalta que atualmente a cerâmica vermelha pode ser considerada um dos poucos materiais totalmente ecológicos da construção, isso porque esse segmento não utiliza carvão para o cozimento dos produtos. “O mercado utiliza espiga de milha, palha de café e folha de eucalipto como fonte energética”, diz.

Concorrentes – O palestrante afirma que na atualidade identifica-se uma enxurrada de produtos substitutos que vem tomando o nosso mercado e comprometendo a sustentabilidade do setor ceramista, entre elas, a platibanda, casa-caixote que vem tomando o espaço das telhas; a parede de concreto moldada in loco se constituiu um enorme concorrente nos grandes centros; a EPS, que consiste em modelos construtivos completos; o Drywall, que chega com argumento de versatilidade ganhou espaço em projetos de arquitetura; e o SteelFrame, conceito de construção seca que vem tomando o mercado e também se transforma num potencial concorrente. “Para barrar a concorrência, o setor investe em placas modulares de cerâmicas, que são montadas na fábrica. Ela é formada por tijolo cerâmico, e possui a vantagem de contar com sistema acústico e térmico”, finaliza.

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Uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae, o Construa Minas 2024 tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.