Andréia Lomas/Interface Comunicação
“A mudança estrutural acontece no longo prazo. A construção da cidade do futuro passa pela mais ampla compreensão dos desafios locais e sua conexão com soluções globais”. Foi assim que a presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Belo Horizonte (CODESE-BH), Cássia Ximenes, abriu o primeiro painel denominado “CODESE-BH: A Experiência de Belo Horizonte”, no seminário “O Futuro da Cidade que nós queremos: o desafio da requalificação urbana da área central de Belo Horizonte | CODESE-BH”, na tarde desta segunda-feira (23/10), no Construa Minas.
O CODESE-BH
É uma organização formada pela sociedade civil de forma organizada, para pensar o futuro de Belo Horizonte e colaborar com os planos de desenvolvimento econômico, social e urbano. “O CODESE-BH busca criar um espaço plural e diverso, focado em objetivos comuns, com uma agenda de convergência e propositiva em prol do futuro da capital mineira, sem enfoque nas questões imediatas e urgentes, além de se abster do envolvimento com a agenda político-partidária”, explica o presidente do Conselho Deliberativo, Teodomiro Diniz Camargos. “Temos uma frente com 6 grupos de trabalho, onde pensamos a longo prazo. Afinal, o futuro começa hoje”, conclui Elvis Gaia, diretor-executivo da instituição.
INICIATIVA
O primeiro passo para alcançar o objetivo de transformar Belo Horizonte em uma cidade ideal para o futuro vem, de acordo com Ximenes, de pensar em BH como “uma cidade inteligente, mas para isso é preciso organizar a sociedade civil para que, em conjunto com o poder público, possamos realizar nosso propósito”, conclui Cássia.
“Nós todos moramos na mesma cidade e temos desejos para ela. Por isso, o CODESE-BH é diferente, pois temos uma visão de futuro construída com a sociedade e junto ao poder público, ou seja, pensamos em viabilidades e entregamos para que prefeitura coloque em prática”, complementa Adriano Manetta, presidente do Conselho Fiscal do Codese-BH; vice-presidente de Meio Ambiente do Sinduscon/MG; vice-presidente de Loteadoras da CMI/Secovi-MG; e vice-presidente da AELO-MG.
LUTAS E DESAFIOS
Segundo Luciano Medrado, “a grande luta é convencer as pessoas de que a mobilidade é parte dos interesses coletivos e que este pensamento vai além dos transportes. É ter a capacidade de construir dos interesses individuais a transformação em coletivos”, explica o vice-presidente do Conselho Fiscal do Codese-BH.
REQUALIFICAÇÃO
Iniciando o segundo painel do seminário intitulado ” Redescobrindo o Centro de BH – Desafios e Oportunidades no Processo de Requalificação Urbana da Área Central de Belo Horizonte” , o arquiteto urbanista; ex-secretário de Planejamento Urbano da Cidade do Rio de Janeiro; consultor técnico do Codese-BH, Washington Fajardo, realizou um breve histórico sobre as ocupações de áreas centrais em cidades Brasil.
Para Belo Horizonte, Fajardo explicou que a expansão urbana sem qualidade e adoção do modelo único de centro de negócio faz com que essa área perca sua recepção e atratividade de forma receptiva. “Meu trabalho tem sido muito mais reciclar a cidade do que fazer uma nova. A melhor cidade é aquela que já existe”, relata o arquiteto.
A requalificação da área central de Belo Horizonte deve passar pelos preceitos de assumir suas imperfeições e correr riscos de erros, mas pela busca de melhorias. “A história da mineiridade é saber fazer bem feito. Com o trabalho de quatro eixos, com 12 iniciativas contemplando 26 programas e 75 projetos, busca-se a atratividade, mais pessoas, memórias e a movimentação do centro de BH com essa melhor regulação urbana”, finaliza Washington.
CENTRO DE TODO MUNDO
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) lançou, em março deste ano, o programa “Centro de Todo Mundo”, que prevê requalificar a região central da capital e alcançar os objetivos de aumentar as oportunidades de moradia, trabalho e lazer. Beatriz Góes, subsecretária de Relações Intragovernamentais da Secretaria de Governo da Prefeitura de Belo Horizonte, ao participar do evento, apresentou ao público presente as propostas de revitalização e construções previstas para o fim do ano de 2023 e por todo 2024.
CULTURA
Iniciando o terceiro painel do dia, com a temática “Cultura e Turismo como Ferramentas para Transformação e Valorização do Centro de BH”, Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte, iniciou a sua fala agradecendo ao CODESE-BH por fomentar essa aliança estratégica para a cidade.
Ao abordar os projetos da PBH de requalificação e que buscam agregar todos os órgãos públicos para dar ao povo belorizontino mais oportunidade, acesso e participação, Eliane apresentou que “são nas políticas públicas que se impactam as vidas de todos e que a cultura é protagonista de processos de desenvolvimento econômico, social, identidade e redução de desigualdades”, explica a secretária.
“Valores sociais, históricos, científico e a memória da cidade também estão inseridos em nossa cultura e fazem parte do nosso patrimônio cultural, o que torna, consequentemente, áreas a serem valorizadas e preservadas”, completou Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura; arquiteta e urbanista; doutora em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG.
GASTRONOMIA
Para finalizar, Marcos Boffa, diretor de Políticas de Turismo e Inovação da Belotur, ponto focal de BH na Rede de Cidades Criativas da UNESCO e na Rede Ibero-Americana de Destinos Turísticos Inteligentes, usou de sua palavra para valorizar a gastronomia presente na área central de Belo Horizonte como fomentadores para que se alcance a busca pela revitalização do centro da capital.
“Acredito que o centro utiliza-se da gastronomia para se ter o crescimento econômico e social. Em Belo Horizonte temos diversos distritos criativos e este conceito, talvez, seja a chave da revitalização que buscamos”, complementa.
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