RODOLPHO SÉLOS A construtora Collen, no mercado há 29 anos, apresentou no primeiro semestre de 2008 um valor geral de vendas (VGV) da ordem de R$ 45 milhões. Com dois empreendimentos lançados e mais dois em fase de negociação na região Centro-Sul da capital mineira, a empresa também está investindo em Brasília e em São Paulo, na região do Vale do Paraíba. Ao todo, são dois novos projetos na capital federal e seis empreendimentos no interior paulista. A empresa trabalha com prédios residenciais e não pretende investir em construções populares e comerciais. Na Capital, a empresa investirá no Vetor Norte, onde será construído o Centro Administrativo do governo estadual. De acordo com sócio-proprietário, Leonardo Bernis, o projeto é de médio a longo prazo pois, neste ano, a concentração das atividades está na região Centro-Sul. Bernis disse que a pressão dos custos levam ao aumento dos preços das construções. Ainda segundo ele, a maioria dos lotes do Vetor Sul, que tiveram um incremento de 100% em 2008, sofrerão retração de valores, por conta das novas ofertas na Região Norte. Nos últimos 12 meses o Índice Nacional de Construção Civil (INCC) aumentou 8,26%. “O Vetor Norte será uma praça rentável e vamos continuar investindo em acabamento diferenciado, com foco em planejamento de projetos de excelência. Visamos mais qualidade do que a quantidade de prédios construídos”, disse. Bernis revelou que a preocupação primordial da empresa é com o planejamento estratégico, desenvolvendo projetos que visam equilibrar o aumento da produtividade com os fatores conjunturais do setor. Contando com 900 funcionários, a construtora realiza monitoramentos de mercado em busca da qualificação. De acordo com Jackson Câmara, vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), o mercado está aquecido, mas os aumentos de insumos da construção civil e a projeção de expansão do setor são resultados de especulações. “A especulação do mercado cresce em proporções absurdas. Se elas continuarem as empresas não conseguirão fechar contratos. O destaque para o surgimento de empreendimentos é o Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O pólo de Nova Lima conseguiu crescer de forma satisfatória”, revelou. Ainda segundo Bernis, a razão principal do sucesso dos investimentos em Nova Lima foi que, há mais de um ano, os proprietários de terrenos negociaram sem tirar proveito da variação das cotações. “As empresas, a partir do segundo semestre deste ano, vão começar a investir no Vetor Norte, em virtude do novo Centro Administrativo”, disse. Vendas – De acordo com dados do Sinduscon-MG, a velocidade de vendas imobiliárias em Belo Horizonte aumentou em 18,84% no primeiro trimestre de 2008 ante 10,04% no mesmo período de 2007. Os lançamentos também apresentaram incremento, registrando 830 unidades de janeiro a março deste ano ante 538 no mesmo intervalo de 2007. Em relação à quantidade de apartamentoss vendidos na Capital, foi apurado, no primeiro trimestre deste ano, 1,185 mil vendas frente 669 apartamentos comercializados no mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com o Sindiscon-MG, a evolução do crédito imobiliário influenciou diretamente no aumento das vendas. A construção civil brasileira apresentou alta de 8,8% no primeiro trimestre de 2008, superior à economia nacional que registrou elevação de 5,8%. Em Minas Gerais, os dados ainda não foram revelados, mas Câmara acredita que o crescimento não será mais do que 6%.