Obras industriais. Demissões podem começar em 3 meses Setor vai crescer 7% esse ano, menos que os 8,69% do ano passado Ana Paula Pedrosa Depois de cinco anos em franca expansão, a construção civil pode entrar em um período de estagnação em 2009, devido à crise financeira mundial. O setor deve fechar 2008 com alta de 7% em Minas – até setembro a expansão é de 7,68%, mas deve cair no último trimestre. Em 2007, alta foi de 8,69%. No próximo ano deve cair o número de lançamentos imobiliários no Estado, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Walter Bernardes de Castro. Segundo ele, os efeitos da crise só serão conhecidos depois das medidas que o governo anunciar no Plano Nacional da Habitação, em janeiro. Mesmo com a queda de lançamentos, o número de empregos deve se manter estável, pelo menos na área de construção habitacional, graças aos lançamentos de 2008, cujas obras estão em andamento ou ainda serão iniciadas e podem durar mais de um ano. Industriais. No setor de obras industriais o fôlego é menor. “Se em três meses não tiver uma recuperação, é quase certo que comecem as demissões”, diz o vice-presidente de Obras Públicas e Industriais do Sinduscon, Luis Fernando Pires. Ele explica que as grandes empresas são mais sensíveis ao cenário externo, e, por isso, já adiaram projetos de expansão. “Quando terminarmos o que está sendo executado tem haver novos projetos”, diz. Entre as medidas que o setor espera que o governo tome está o estímulo ao crédito e a manutenção de obras públicas. “O governo tem que cortar gastos com a máquina e privilegiar os investimentos em infra-estrutura”, afirma Bernardes. Ele disse também que o crédito já está difícil no setor. SP terá menos lançamentos São Paulo. O número de lançamentos imobiliários deve cair de 20% a 25,7% na cidade de São Paulo em 2009. A previsão é do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais (Secovi-SP), Em 2008 a entidade estima em 35 mil o número de lançamentos na cidade, uma queda de 10% frente aos 39 mil lançamentos de 2007. Para o ano que vem o número deve ficar entre 26 mil e 28 mil. Na Região Metropolitana de São Paulo o número de lançamentos manteve-se estável em 2008. Flash Previsão. O setor ficaria satisfeito com crescimento de 4% em 2009, metade do registrado em 2008. Custo Material faz imóvel ficar mais caro O Custo da Unitário Básico (CUB) da construção aumentou 10,56% até novembro em Belo Horizonte. O principal responsável pela alta foi o material de construção, que ficou 17% mais caro no período. De acordo com o Sinduscon, o grande vilão foi o aço, cujo preço subiu 60% nos onze primeiros meses do ano. O preço do cimento aumentou 11,27%. Mesmo com a alta, as vendas cresceram 14,6% e chegaram a 47,1 milhões de toneladas, Além do material, subiram também os outros componentes do CUB, como as despesas administrativas (11,56%), aluguel de equipamentos (7,95%) e mão-de-obra (3,91%). No mesmo período do ano passado o CUB teve alta de 4,26%. Flash Demora. Além da crise, o setor reclama da burocracia. Segundo o Sinduscon, as construtoras demoram 60 dias para conseguir a Certidão Negativa de Débitos, mesmo com a documentação em ordem. O prazo normal é de dez dias.