Valor médio do bem é de R$ 50 mil a R$ 100 mil e prazo chega a 220 meses Helenice Laguardia Se você é um daqueles que evitam o consórcio como o diabo foge da cruz,escaldado pelos escândalos do passado, saiba que a fé na modalidade está de volta e vai levar o setor a um crescimento de 10% nas vendas de cotas de imóveis. “Aquela questão de consórcio que quebrava já é situação ultrapassada”, garante Fabiano Lopes Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As 250 administradoras em funcionamento no Brasil, incluindo as instituições bancárias, pegaram carona no otimismo da economia e na popularização da modalidade, que recebeu novas normas nos últimos cinco anos. Cuidados. Como gato escaldado tem medo de água fria – que o digam as vítimas de Uniauto e Liderauto em Minas Gerais -, Fabiano Lopes orienta a compra de uma administradora autorizada pelo Banco Central. “Precisa ler contratos e não acreditar em propostas verbais”, advertiu. Os grupos de consórcios imobiliários também estão com prazos mais flexíveis, entre cem a 220 meses. “A classe endinheirada paga em até 120 meses e as classes C e D, entre 180 a 200 meses”, disse. Outro paradigma quebrado é a taxa de administração. “Em cem vezes ela é de 0,2% ao mês”, destaca. Na comparação com um financiamento habitacional, os juros chegam a 1% ao mês. “A diferença é muito grande, de quatro a cinco vezes menor.” Nem a atual febre inflacionária contagia as administradoras. “Há reajuste nos valores, mas também os financiamentos tradicionais se tornam mais caros.” A adesão ao consórcio imobiliário no Brasil ainda é incipiente. “A operação tem apenas cinco anos e muito mercado para crescer”, aponta o executivo. Nos primeiros quatro meses do ano, o sistema de consórcios apresentou uma alta de 2,5% no total de participantes ativos. Superou os 3,46 milhões de consorciados em abril. O destaque ficou para o recorde histórico de consorciados de imóveis, que ultrapassou 484 mil consumidores. Carros e motos. A procura pelo consórcio de automóveis e caminhões também acompanhou o ritmo acelerado. O número de participantes cresceu 2,7% e encerrou o primeiro quadrimestre de 2008 em 2,82 milhões ante os 2,75 milhões de consorciados do mesmo período do ano passado. A velocidade máxima da economia fez o setor de veículos pesados também dar um salto significativo. A comercialização de novas cotas de caminhões, ônibus, semi-reboques, tratores, implementos rodoviários e agrícolas apresentou alta de 47,8%. O acumulado quadrimestral, que somava 8.600 de janeiro a abril de 2007 saltou para 12,8 mil de janeiro a abril de 2008. O setor de motocicletas e motonetas, líderes de vendas no sistema de consórcios, manteve a ascensão. O total de participantes ativos aumentou 4,2%, saltando de 1,76 milhão nos primeiros quatro meses de 2007 para 1,84 milhão em igual período deste ano. De acordo com a Associação Nacional de Administradoras de Consórcios, é o maior volume desde janeiro de 2005. Mas o setor de eletroeletrônicos foi o patinho feio dos resultados. Registrou queda no acumulado de 34,7% nas vendas no mesmo período de comparação dos outros produtos. Construção Feira do setor começa hoje Com o mercado imobiliário em ebulição, gerando uma expectativa de negócios de mais de R$ 67 bilhões nos próximos quatro anos, a terceira edição da feira Construir Minas começa hoje, em Contagem, em clima de euforia. O evento terá produtos, tecnologias, máquinas, equipamentos e serviços para a indústria da construção. Com entrada franca, os organizadores esperam mais de 30 mil visitantes. Além de empresas nacionais, a feira terá multinacionais do setor. “Esperamos superar em 20% o volume de negócios da edição do ano passado”, informou Cláudio Carvalho, um dos responsáveis pelo evento. A Construir Minas é resultado da parceria entre a Escala Eventos, do Rio de Janeiro, e a Tambasa Atacadistas, de Minas Gerais. Com investimentos de R$ 1,5 milhão, o evento ocupará 30 mil metros quadrados do pavilhão de exposições da empresa. Em 2007, a Construir Minas gerou negócios da ordem de R$ 17 milhões quando arquitetos, decoradores, lojistas, engenheiros, atacadistas e estudantes da área tiveram acesso a novidades do setor, principalmente de produtos com menor consumo de energia e menos danos ao meio ambiente. (HL)