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Construção civil: ainda há falta de mão-de-obra

Crise irá apenas arrefecer carência. Apesar da crise de liquidez, que reduz o crédito e, conseqüentemente, afeta a indústria da construção civil, a demanda por profissionais da área irá permanecer em alta. A afirmativa é do presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Márcio Damazio Trindade. De acordo com ele, o fato de algumas construtoras adiarem os investimentos previstos servirá apenas para arrefecer a carência. Ainda na avaliação de Trindade, a construção civil, que serve como termômetro da economia nacional, é o segmento que reage primeiro às alterações do mercado. No entanto, ele afirmou que o Brasil sofre há décadas com a falta de mão-de-obra especializada. “Mesmo que a crise interfira, o baque não será suficiente para que a demanda diminua”, disse. O gerente de Relações Institucionais do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson Andrade, concordou com a declaração do presidente da SME. Segundo ele, se o Brasil mantiver uma taxa de crescimento de 4% ao ano, somente em 2018 a balança entre a carência por engenheiros e a demanda do mercado interno será estabilizada. Aliás, a taxa de crescimento nacional estimada para o país em 2009 é de exatos 4%, conforme anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a 28ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, no último dia 6. Fase – Andrade comentou que o país atravessou uma fase economicamente conturbada no passado. “Há pouco tempo a construção civil registrou um boom. Foi nessa época que a carência pelos profissionais pôde realmente ser percebida. Entretanto, a situação vem de muito antes. Em épocas de recessão, os engenheiros migravam para outras áreas”, destacou. Vale lembrar que o Brasil atravessou diversas fases recessivas. Uma das mais árduas e longas foi registrada na década de 80, logo após o fim da ditadura, durante a transição democrática. No primeiro ano do governo Sarney, de 1985 a 1986, a inflação ultrapassou 220%. No último ano da década, de 1989 a 1990, o país foi assolado pela hiperinflação, que chegou a 2.751%. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Walter Bernardes de Castro, ainda há dificuldades para avaliar o rombo causado pela crise atual. “O episódio vai afetar todos os setores. O problema é saber qual será o déficit de cada um. No atual cenário, acredito que a demanda por profissionais não irá cair. Porém, se as turbulências permanecerem por muito tempo, esta afirmativa deverá ser revista”, disse. Fomento – Para estimular estudantes a desenvolverem e exercerem projetos com aplicações práticas e viabilidade de execução nas áreas de engenharia, arquitetura e agronomia, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) realiza hoje, o 17º Prêmio SME de Ciência e Tecnologia. Os temas, de acordo com o presidente da SME, Márcio Damazio Trindade, são livres. “O evento é realizado para que os estudantes possam pesquisar assuntos e criar projetos com os quais eles se identifiquem”, disse. Ao todo, 23 trabalhos de conclusão de curso, iniciação científica, entre outros, concorreram aos prêmios e 18 disputam a etapa final. A premiação é em dinheiro. O primeiro lugar recebe R$ 6 mil; o segundo, R$ 5 mil; o terceiro, R$ 4 mil. O quarto e o quinto colocados serão contemplados com, respectivamente, R$ 3 mil e R$ 2 mil. Há, ainda, menção honrosa para outros quatro participantes. A instituição de ensino superior com maior número de trabalhos classificados para a última fase de avaliação também será condecorada. TATIANA MORAES