A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac) lançam no próximo dia 28 de maio, em Brasília, um documento que apresenta propostas de estratégias para a formulação de uma política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Indústria da Construção Civil. Em cinco oficinas, realizadas em diferentes Estados, mais de 300 participantes que colaboraram definir as 19 linhas de pesquisa consideradas mais estratégicas para a Ciência, Tecnologia e Inovação na Construção. No material estão demandas que vão desde “Estudos sobre competitividade e criação de valor no setor” até o “Desenvolvimento de modelos de programas de produção habitacional e de propostas de políticas públicas de habitação”.
A inovação tecnológica tornou-se, nos últimos anos, uma demanda fundamental e estratégica para toda a cadeia produtiva da Indústria da Construção. Cada dia mais, as antigas técnicas construtivas, intensas em mão de obra – e por isso extremamente artesanais – vão cedendo espaço para novos procedimentos e materiais que incorporam a inovação e a sustentabilidade. A falta de mão de obra qualificada, a pressão pela redução de perdas de materiais durante a construção, a demanda da sociedade por empreendimentos com menor custo de manutenção, entre outros fatores, exigem que as construtoras lancem mão do que há de mais moderno, hoje, para a produção de moradias, edifícios comerciais, obras de infraestrutura etc.
Entretanto, elevar o nível de desenvolvimento do setor da construção no Brasil passa pela solução de uma gama variada e intricada de desafios. Desde o aspecto tributário que hoje desestimula a adoção de novos métodos construtivos, até a grade curricular dos cursos de arquitetura e urbanismo que precisa ser amplamente revista.
O documento apresenta ainda os principais obstáculos identificados por pesquisadores e representantes da cadeia produtiva que impedem hoje o desenvolvimento dos programas de fomento às pesquisas estratégicas:
– Distanciamento entre academia e mercado e entre a academia e o setor público;
– Falta de integração entre agentes do setor;
– Dificuldade de acesso ao conhecimento;
– Conservadorismo dos agentes do setor;
– Visão de curto prazo das empresas do setor;
– Limitações da base legal de estímulo a Ciência, Tecnologia & Inovação;
– Emprego de mecanismo inadequado de avaliação da pesquisa voltada à inovação tecnológica realizada pela academia;
– Indisponibilidade de dados de apoio a CT&I;
– Carência e aplicação limitada de regulamentos e normas inibindo a CT&I.
Serviço
Fonte: CBIC