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Construção civil segue em atividade durante a pandemia e contribui para a retomada econômica em Minas Gerais

Embora a pandemia de Covid-19 tenha paralisado diversas atividades pelo país, a construção civil mineira continua a todo vapor, seguindo as orientações  de prevenção ao novo coronavírus. Com aproximadamente 40 mil postos de trabalho diretos e indiretos, o setor teve somente interrupções pontuais em suas atividades. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), aproximadamente 73% das empresas associadas à entidade operam com mais de 50% de sua capacidade.

Nos 550 municípios de abrangência do sindicato, são cerca de 250 canteiros de obras em atividade. De acordo com o presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Jardim Linhares Júnior, não ter paralisado as obras é um fator determinante para a recuperação do setor pós-pandemia. “A continuidade é importante. Se nossas atividades fossem paralisadas, teríamos graves problemas sociais e financeiros”, avalia. “A indústria da construção puxa a economia, irrigando outros setores; por isso, é um dos segmentos vitais para o desenvolvimento socioeconômico do país”, complementa Linhares.

O segmento tem conseguido manter a normalidade, na medida do possível, e não teve demissões em massa, grandes perdas financeiras ou cortes substanciais em investimentos. Pesquisa do Sinduscon-MG, realizada com as construtoras associadas à entidade, aponta que 76,7% não realizaram demissões no período de pandemia. A situação seria bem diferente, no entanto, se as atividades fossem interrompidas.

Para seguir funcionando, o setor adotou uma série de medidas que alteram a rotina de trabalho, com afastamentos de funcionários do grupo de risco, concessão de férias coletivas, flexibilização da jornada e adoção do home office. Além disso, destaca o presidente do Sinduscon-MG, em relação às pessoas que trabalham diretamente nas obras, elas estão sendo monitoradas de perto, tendo a temperatura medida quando chegam à obra,  atuando com um espaço físico de distância e demais cuidados indispensáveis no dia a dia.

Boas práticas

Como as atividades não pararam durante o período de quarentena, a manutenção da saúde dos trabalhadores é essencial, assim como os equipamentos de segurança. Exemplo disso são as medidas de prevenção adotadas pela construtora QBHZ para proteger seus trabalhadores na reforma do oitavo andar do Hospital das Clínicas. Para preservar a segurança e saúde dos funcionários, a empresa adotou um plano de contingência com medidas preventivas para evitar a disseminação do vírus.

A primeira delas foi a instalação de um elevador externo para uso exclusivo dos funcionários da obra. “Eles não entram no hospital em momento algum, assim como o pessoal do hospital também não tem acesso à ala onde estão acontecendo as obras”, explica Celso Braga de Souza, engenheiro civil da QBHZ responsável pela obra no Hospital das Clínicas. Como procedimento padrão, os funcionários têm a temperatura monitorada todos os dias. “Só entra quem estiver com temperatura abaixo de 36,7oC. Também fotografamos o trabalhador com o termômetro e registramos tudo com a assinatura dele”, detalha.

Além de orientações gerais de higienização e disponibilização de itens, como álcool em gel para todos os funcionários, as recomendações na construtora QBHZ não se restringem ao ambiente de trabalho. Para ir e voltar do canteiro de obras, o funcionário recebe um kit higiene, com luva e máscara para usar no transporte público. “Ele chega ao trabalho, lava as mãos, troca as luvas e a máscara. Na saída, recebe um novo par de luvas e máscara. Esse procedimento é repetido todos os dias, inclusive no horário de almoço”, explica.

O Grupo Patrimar também implementou, desde o início da pandemia, medidas preventivas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Além de seguir todas as recomendações de higiene, reduzir o número de colaboradores durante os turnos de trabalho e implementar o uso obrigatório de máscaras, os canteiros de obras das construtoras Patrimar e Novolar adotaram ações emergenciais para proteger os trabalhadores. Entre as principais medidas estão a eliminação de bebedouros – que foram substituídos por squeezes entregues aos colaboradores –, adoção de lava-pés com água clorada na entrada das obras e entrega de kit higiênico para os funcionários e seus familiares.

“Durante os mais de 60 dias trabalhando em uma nova realidade, temos nos mantido vigilantes, sem relaxar com as medidas de proteção e prevenção”, afirma Silvano Aragão, gerente de RH do Grupo Patrimar. Além das medidas adotadas nos canteiros de obras, a empresa tem mantido acompanhamento e assistência aos funcionários que fazem parte do grupo de risco. Também antecipou férias, implantou regime de trabalho home office nos escritórios e monitora as equipes, entre outras ações.

Medidas sanitárias mais rígidas e vistorias às obras com o objetivo de prevenir a propagação do vírus estão sendo realizadas pelo Serviço Social da Indústria da Construção de Minas Gerais (Seconci-MG), braço social do Sinduscon-MG. A entidade disponibiliza, sob demanda, uma equipe de visita às obras de associadas para dar orientações e sugestões de medidas de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus.

Vendas de apartamentos novos

Outro fator decisivo para minimizar os impactos da pandemia na construção civil foram os incentivos em financiamento imobiliário anunciados pela Caixa Econômica Federal. Para Renato Michel, vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, as ações de flexibilização do pagamento de financiamentos habitacionais e fomento à aquisição de novos imóveis reforça o momento ideal para compra. “Estamos vendo os juros mais baixos praticados no Brasil. Quando os juros caem, as parcelas também caem, o que torna os imóveis mais acessíveis”, salienta.

Os juros mais baixos também fazem com que os investidores voltem mais a atenção para a compra de imóveis, aponta Renato Michel. “Assim, eles têm um retorno do aluguel e ainda a valorização do imóvel. O consumidor também aprendeu, a duras penas, os riscos envolvidos em aplicações na Bolsa de Valores. Os imóveis acabam sendo um investimento seguro, com uma rentabilidade um pouco maior que a renda fixa neste momento”, destaca.

Dados do Censo do Mercado Imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima, feito pela Brain Consultoria para o Sinduscon-MG, mostram que as vendas de apartamentos novos tiveram um aumento expressivo em março. Na comparação com o mês anterior, os negócios cresceram 12,8%, passando de 243 unidades para 274. Segundo Renato Michel, os juros mais baixos são um dos fatores que explicam esse crescimento em meio à pandemia.

Para o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, depois do período de isolamento social, o comportamento das pessoas deverá mudar e será dada uma nova importância ao conceito de morar bem, o que pode contribuir para a retomada do setor. “A residência é um bem essencial para as famílias. Na pandemia, isso ficou mais nítido. As pessoas passaram a valorizar mais o ambiente residencial. Ficar em casa mostrou para as famílias como é importante ter um lar”, avalia.