O pacote para a construção civil que o governo brasileiro anunciará, provavelmente na próxima semana, preverá uma ajuda entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, valor estimado por fontes envolvidas nas negociações para ajudar as construtoras a enfrentar o aperto de crédito provocado pela crise financeira. A principal medida será a criação de uma linha de financiamento específica para permitir que uma empresa possa comprar ativos (empreendimentos) de outra com dificuldades de caixa e, assim, evitar que lançamentos sejam adiados e obras, paralisadas. Esses recursos também poderão ser usados em fusões, aquisições e incorporações no setor. Para isso, o governo deverá mexer novamente no recolhimento compulsório. Só que, desta vez, a idéia não é mexer simplesmente no percentual dos depósitos que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central, mas forçar as instituições a emprestarem para ser beneficiadas. Martelo batido. A decisão de ajudar o setor foi tomada na última segunda-feira, numa reunião entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a diretoria da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, e representantes do Ministério da Fazenda e do BNDES. A taxa de remuneração da linha de crédito deverá ser de TR mais juros entre 9% e 10% ao ano. O percentual ainda está sendo fechado. Estão em estudo outras fontes de recursos, como o Fundo de Garantia e também a poupança.